Quem teve o celular roubado no Estado de São Paulo, durante o carnaval ou antes, e tem o número de IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português) do aparelho, deve procurar a Polícia Civil, porque a instituição apreendeu 10,7 mil equipamentos só na última segunda-feira, 10, e está procurando os donos desses aparelhos.
A apreensão ocorreu durante a terceira fase da Operação Big Mobile, realizada para desarticular um esquema de receptação de aparelhos subtraídos no Estado de São Paulo. Foram presas 69 pessoas suspeitas de integrar a quadrilha. Os celulares foram apreendidos pelas diversas delegacias que participaram da operação.
“Cada unidade que realizou a apreensão dos aparelhos vai fazer a identificação através do IMEI. Caso seja possível fazer o processo de forma manual no próprio distrito e com a localização da vítima, o celular será prontamente entregue ao proprietário”, explica o delegado Daniel Borges, da 1.ª Seccional de polícia, no centro da capital.

O IMEI é um código numérico que funciona como um RG que diferencia o aparelho dos demais. É importante que a vítima forneça a numeração, ao realizar o boletim de ocorrência.
“Os aparelhos que estejam quebrados, descarregados, faltando bateria ou com senha de bloqueio serão encaminhados para o departamento de inteligência, para que, com ajuda de um software, seja possível quebrar a criptografia e realizar a extração desse número de IMEI”, segue o delegado.
Durante a ação, na segunda-feira, 737 celulares já foram prontamente entregues aos seus donos. A maior parte (672) foi restituída na capital paulista, que teve a região central como grande ponto de apreensões de celulares.
Na primeira e na segunda fases da operação, realizadas em janeiro na capital e na Baixada Santista, mais de 16 mil celulares foram recuperados. Cerca de 2 mil aparelhos estão em processo de devolução.
A Baixada Santista foi a região onde houve a maior apreensão de aparelhos: 4,5 mil, cerca de 42,8% do total. As outras regiões com mais apreensões foram a cidade de São Paulo, com 3,3 mil celulares, e a região metropolitana da capital, com 1,2 mil celulares sem procedência legal.
Cerca de 2,9 mil policiais participaram da terceira fase da Operação Big Mobile. Os agentes analisaram mais de 1,5 mil boletins de ocorrência registrados entre janeiro e fevereiro. A partir das informações fornecidas pelas vítimas, foi possível identificar o último local que o sinal de GPS indicou. Os agentes fiscalizaram então lojas e outros imóveis que, com base nos levantamentos de inteligência, foram considerados os principais locais para onde os celulares são levados após os crimes.
Localização em tempo real
Ao comprar um aparelho celular, é fundamental descobrir o número do IMEI e anotá-lo em um lugar seguro. O IMEI pode ser consultado na caixa do aparelho ou no menu de configurações.
Outra dica é ativar as ferramentas de localização em tempo real do aparelho e compartilhar essa informação com a polícia e com amigos, o que pode ajudar a encontrar o dispositivo. Cada marca possui configurações e políticas de privacidade específicas para essas ferramentas.
Além disso, é recomendável bloquear temporariamente cartões e contas disponíveis no aparelho por meio do banco, uma medida que pode evitar prejuízos maiores caso o dispositivo caia na mão de estelionatários.
Em 2023, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou o aplicativo “Celular Roubado”, que permite solicitar o bloqueio do aparelho, da linha (SIM Card) e de alguns aplicativos instalados. Segundo a Anatel, o bloqueio da linha impede seu uso em outro aparelho e evita custos indevidos na fatura, enquanto o bloqueio do aparelho impede que o dispositivo acesse as redes móveis brasileiras.