Um asteroide que explodiu no ano passado sobre Chelyabinsk, na Rússia, deixando mais de mil pessoas feridas por estilhaços de vidro e destroços, colidiu com outro asteroide antes de atingir a Terra, mostrou uma nova pesquisa científica. Análises de um mineral chamado jadeíta, que estava impregnado em fragmentos recuperados depois da explosão, mostram que o asteroide atingiu outro ainda maior a uma velocidade relativa de 4.800 quilômetros por hora. “Este impacto pode ter separado o asteroide de Chelyabinsk do seu corpo principal e o enviado à Terra”, escreveu o pesquisador-chefe Shin Ozawa, da Universidade de Tohoku, no Japão, em um estudo publicado nesta semana no periódico Scientific Reports. A descoberta deve esclarecer aos cientistas como um asteroide pode acabar em uma colisão com a Terra. Os cientistas suspeitam que a colisão aconteceu cerca de 290 milhões de anos atrás. A maior parte do asteroide de 20 metros de largura que brilhou sobre Chelyabinsk, no sudoeste da Sibéria, em 15 de fevereiro de 2013, foi incinerada e virou uma grande bola de fogo, resultado do aquecimento da fricção ao atingir a atmosfera voando a 67.600 quilômetros por hora. Mas muitos fragmentos sobreviveram. O asteroide viajava quase 60 vezes a velocidade do som e explodiu a cerca de 30 quilômetros do solo com uma força quase 30 vezes maior que a da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em Hiroshima, no Japão, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. A explosão sobre Chelyabinsk causou ondas de choque que destruíram edifícios e deixou janelas quebradas. Mais de 1.000 pessoas foram feridas por estilhaços. Os cientistas ainda estão analisando fragmentos do asteroide para calcular a sua trajetória exata em direção à Terra. Em um e-mail à Reuters, Ozawa descreveu o meteorito de Chelyabinsk como "um exemplo único".