O Brasil ultrapassou o marco de 500 mortes por dengue em 2025. Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o período de 1º de janeiro a 29 de março teve 526 óbitos pela doença confirmados, uma média de 5,9 óbitos por dia. Até esta sexta-feira, 4, data da última atualização, outros 712 óbitos suspeitos de dengue ainda estavam em investigação.
A maior incidência da doença, considerando os casos prováveis e não somente óbitos, é em São Paulo, onde há 499 mil registros. Em seguida estão Acre, Mato Grosso, Goiás e Paraná. A faixa etária de 20 a 49 anos é a mais afetada, sendo 55% dos casos prováveis em mulheres e 45% em homens.
Nos registros de quadros mais graves da doença, São Paulo também lidera o ranking, seguido por Goiás, Paraná e Minas Gerais. Foram 381 óbitos, mais da metade do total no País, somente em São Paulo. Paraná teve 34; Minas Gerais, 32; e Goiás, 21.

A situação paulista levou o governo do Estado a criar recentemente um Centro de Operações de Emergências (COE) para combate à dengue. Foram destinados R$ 200 milhões do tesouro estadual aos municípios paulistas para o enfrentamento direto ao mosquito.
A Secretaria Estadual de Saúde afirma ainda que reforçou a campanha de vacinação contra a doença e intensificou as ações de campo como a nebulização, o chamado fumacê.
Apesar dos números, os dados indicam que 2025 pode ter um índice de morte por dengue menor que 2024, quando foram ao menos 6.264 casos confirmados, uma média de 17 óbitos por dia. Os valores, no entanto, já são superiores a 2023, quando foram 1.179 mortes pela doença no total - cerca de 3,2 por dia.
Mas ainda é cedo para confirmar o quadro geral de dengue em 2025, já que o período de maior incidência da doença vai até o fim de maio e depois recomeça em outubro, conforme o Ministério da Saúde, e ainda há maioria de casos em investigação.
Em fevereiro, o professor de Medicina na Unesp e coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, disse ao Estadão que 2025 “será o pior ano de epidemia de dengue de toda a série histórica, não só no Estado de São Paulo, mas também no Brasil”.
“Nós estamos vivendo uma situação epidemiológica ainda mais grave do que a do ano passado (...) Tem duas coisas que estão acontecendo: chovendo e fazendo calor. Maior pluviosidade e mais dias com a temperatura média alta – próxima a 26ºC, 27ºC, 28ºC – são fatores perfeitos para a proliferação do Aedes aegypti“, afirmou Barbosa.