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Doze Estados e o DF registram alta de casos de síndrome respiratória grave

Balanço da Fiocruz mostra alta na faixa etária de 10 a 29 anos, que reúne menos imunizados; pesquisador não acredita em explosão de casos com a chegada da variante Ômicron

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Foto do author Roberta Jansen

RIO - O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresce, na tendência de longo prazo, em praticamente metade das unidades da Federação (12 Estados e o Distrito Federal), segundo a nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, 2. A grande maioria dessas ocorrências está relacionada à covid-19. Concentra-se na faixa etária dos dez aos 29 anos, na qual há menos imunizados.

O aumento foi registrado no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. A tendência de aumento é especialmente mais forte no Pará, no Ceará e no Rio. Neste último, o quadro pode estar sendo agravado por uma epidemia de gripe.

Maioria dos casos de síndrome respiratória grave são de covid-19 Foto: Wether Santana/Estadão

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Os números são referentes à semana epidemiológica número 47 (de 21 a 27 de novembro). Tiveram como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de novembro.

De acordo com o pesquisador Daniel Vilela, “na população com mais de 30 anos, o crescimento é relativamente pequeno, sendo mais expressivo e presente, desde novembro, em crianças, adolescentes e jovens adultos (20 a 29 anos)”.

Covid-19 é o que mais causa síndrom respiratória entre adolescentes e jovens adultos

No caso das crianças (0 a 9 anos), os resultados laboratoriais associados a esses casos seguem apontando predomínio de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acompanha a tendência de aumento de casos de SRAG nesta faixa etária. Os casos entre adolescentes (10 a 19 anos) e jovens adultos (20 a 29 anos) se mantêm majoritariamente associados à covid-19.

“Com o avanço da vacinação, o número de casos vinha caindo no Brasil todo”, afirmou Vilela. “Nas últimas semanas, no entanto, houve desaceleração da queda e, agora, um ligeiro aumento; não um aumento como no início da pandemia, mas um aumento que inspira cuidados.”

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Para Vilela, os mais jovens são, justamente, os que voltaram a circular com maior liberdade e também os menos vacinados, porcentualmente. Isso explicaria a tendência de aumento nessa faixa etária. No Rio, a maior parte do aumento se deu entre as crianças e os jovens adultos. O Pará apresenta sinal de crescimento em todas as faixas etárias desde o início de novembro. A situação é similar no Ceará.

O crescimento dos casos de SRAG entre crianças e jovens adultos no Rio pode estar associado ao aumento de casos de síndrome gripal causados pelo vírus influenza A. Daniel Vilela ressalta, no entanto, que, para uma avaliação mais adequada dos resultados é necessário aguardar ainda algumas semanas para que os casos de gripe entrem no banco de dados do Sivep. Até o princípio de novembro, manteve-se a presença majoritária de casos associados ao Sars-CoV-2.

Para Vilela, a entrada da variante Ômicron no País não deve ter um impacto grande, uma vez que boa parte da população está vacinada. “Quando a variante Gama (originalmente identificada em Manaus) entrou no País, houve crescimento intenso de casos no Brasil todo e o colapso do sistema de saúde”, lembrou. “Quando a Delta (identificada originalmente na Índia) entrou, já num momento posterior, houve aumento apenas em alguns Estados. O que mudou entre a entrada de uma e de outra foi justamente o avanço da vacinação.”

Agora, diz ele, a vacinação está ainda mais avançada e boa parte dos idosos já recebeu até a terceira dose de reforço. “Pode até ser que haja um crescimento”, disse. “Mas nada comparável ao que vimos no início do ano.”

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