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Governo endurece quarentena em 8 regiões de São Paulo; capital segue na fase amarela

Seis áreas do Estado foram para a fase laranja e Marília voltou para a fase vermelha; Baixada Santista também continua na fase amarela

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Diante da disparada de novos casos de covid-19 no Estado de São Paulo, o Centro de Contigência do Coronavírus decidiu regredir sete regiões para a fase laranja, a segunda mais restritiva com relação às atividades econômicas, e colocar a região de Marília na fase vermelha, a mais crítica, em que só serviços essenciais se mantém abertos. 

O aumento de casos fez com que o governo antecipasse a reclassificação das cidades nas regras do Plano São Paulo, que coordena a quarentena em São Paulo. A reclassificação deveria ocorrer apenas no próximo dia 5. Os detalhes foram divulgados na tarde desta sexta-feira pelo governador João Doria (PSDB). "A situação vem se agravando a cada semana", disse o governador. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) Foto: Governo de SP

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As regiões de Registro, Sorocaba e Presidente Prudente já estavam na fase laranja. A esta fase, foram acrescentadas as regiões de Araçatuba, Bauru, Franca, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Piracicaba e Taubaté.

Na capital, mesmo com relatos de aumento na taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (como na Santa Casa de Misericórdia, na Santa Cecília, região central), o Estado manteve a classificação como amarela, que permite abertura em horários maiores para o comércio, serviços, academias e cinemas. 

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, relatou preocupação com o aumento de casos no Estado, o que atribuiu em parte às aglomerações observadas nas festas de fim de ano. “Todos os índices da saúde, óbitos, internações e casos, cresceram”, afirmou. Ele destacou que, apenas em relação à semana passada, o número de internações cresceu 10% no Estado. A taxa de ocupação nas UTIs da Grande São Paulo chegou a 69%. “Precisamos ainda restringir mais horários e serviços. Só assim diminuímos o número de casos, o número de pessoas que se agravam em sua saúde e as que precisam de atendimento médico.”

Nesta sexta, São Paulo contabiliza 49.600 mortes por covid-19. São 1.605.845 casos confirmados da doença, com 5.777 pessoas internadas em leitos de UTI. 

Vacinas

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O governo anunciou, ainda, o envio das primeiras 4,5 milhões de doses da vacina Coronavac para o Ministério da Saúde, para a distribuição nos demais Estados do País. O presidente do Instituto Butantã, Dimas Covas, afirmou que as doses já estão rotuladas e que aguardará a autorização de Brasília para a liberar o envio dos imunizantes.

Covas afirmou que aguarda para domingo a aprovação do uso emergencial da vacina. "Domingo, tenho convicção de que teremos autorização para uso emergencial de uma vacina que, lá em julho, já haviamos anunciado que seria a primeira vacina que estaria disponível no Brasil", afirmou.  Ele ressaltou, entretanto, que "só vamos começar a observar os efeitos (da vacinação) a partir de maio", à medida que os grupos prioritários sejam imunizados. 

O Butantã tem 6 milhões de doses prontas para uso, segundo Covas. As cerca de 1,5 milhão de vacinas que serão aplicadas em São Paulo não serão enviadas ao governo federal desse total.

O presidente do Butantã també disse que "essa nova variante brasileira nos preocupa muito", ao citar a cepa identificada no Amazonas e que poderia ser mais contagiante do que a cepa que atingiu o Brasil na primeira onda da pandemia.

Bolsonaro

Na coletiva, Doria responsabilizou o governo Jair Bolsonaro pelo cenário de falta de tubo de oxigênio em Manaus, e anunciou o envio de 40 respiradores produzidos pela Universidade de São Paulo (USP) para o Estado da região norte. Doria chegou a bater seu celular no púlpito de onde coordenou a coletiva, ao citar uma notícia de que o governo do Amazonas pedia socorro para outros Estados para atendimento de 60 bebês prematuros que precisam de oxigêncio.

"Gente, é o fim do mundo isso, isso é o fim do mundo. Para quem é pai, quem é mãe, não ter oxigênio pra bebês. Irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Me choca isso como brasileiro" disse Doria, antes de se desculpar pelo tom alterado. Ele disse que São Paulo receberá os bebês.

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Doria comentou também uma publicação no Twitter do presidente em que Bolsonaro disse ter feito "tudo o que podia" para lidar com a crise. "Em outro País, isso talvez fosse classificado como genocídio". Sem falar em impeachment e ainda se referindo à falta de oxigênio no Amazonas, o governador paulista disse que "está na hora de termos uma reação a isso", e citou "o Congresso nacional" entre as instituições que deveriam tomar alguma atitude, "ou vamos assistir isso por meses e achar que isso é normal".

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