Manifestantes pedem liberação da 'pílula do câncer'
O uso da substância está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sido liberado pela então presidente Dilma Rousseff (PT), antes do seu afastamento
SOROCABA – Uma manifestação pela liberação do uso da fosfoetanolamina sintética, também conhecida como 'pílula do câncer', reuniu cerca de 30 pessoas, neste domingo (29), no portão de entrada da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, interior paulista. O uso da substância está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sido liberado pela então presidente Dilma Rousseff (PT), antes do seu afastamento. A decisão, que atendeu pedido da Associação Médica Brasileira (AMB), ainda terá julgamento definitivo no Supremo.
PUBLICIDADE
Entre os manifestantes, muitos eram familiares de pacientes e defensores do uso da fostoetanomalina, desenvolvida pelo pesquisador Gilberto Chierice, no Instituto de Química da USP. Os manifestantes estenderam uma faixa pedindo ao STF que reconsidere a decisão. Houve atos pela liberação da substância também em São José dos Campos, em frente ao Fórum, e em outros Estados, como Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Paraná (Curitiba) e Bahia (Salvador). No Rio de Janeiro, um grupo estendeu uma faixa na Praia de Copacabana, com os dizeres: “Quem tem câncer tem pressa. Liberem a fosfoetanomalina.”
Os defensores do uso alegam que o composto é a última esperança de pessoas que têm câncer em estágio avançado e que há depoimentos de pacientes que teriam sido curados pela fosfoetanolamina. Na ação, a AMB alegou que o uso da substância não teve sua eficácia comprovada e poderia colocar em risco a saúde os pacientes. Segundo a entidade, a liberação pela então presidente contraria os direitos à saúde, à segurança e à vida, garantidos pela Constituição. A decisão provisória não impede que os estudos sobre os efeitos da fosfoetanolamina, anunciados pelo governo estadual paulista, sejam realizados. Não há data para o julgamento definitivo da ação no STF.
Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'
1 / 8Perguntas e respostas sobre a 'pílula do câncer'
Quando a fosfoetanolamina sintética começou a ser usada por pacientes com câncer?
A distribuição da cápsula foi iniciada há cerca de 20 anos pelo pesquisador Gilberto Chierice, pesquisador do Instituto de Química da Universidade de ... Foto: USP ImagensMais
Alguma pesquisa científica foi feita para atestar a eficácia da substância?
Foram feitos seis estudos para comprovar a ação contra tumores, nenhum com humanos. As análises foram feitas apenas em camundongos. Foto: USP IMAGENS
E quanto aos testes iniciados pelo governo? Já foram divulgados resultados?
Os primeiros testes financiados pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revelaram que a substância não é pura, como afirmavam seus cr... Foto: EstadãoMais
Outros testes estão sendo feitos por iniciativa governamental?
Sim, além das pesquisas financiadas pelo MCTI, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo anunciou testes clínicos com a cápsula. Eles serão conduzid... Foto: Mais
O produto estará disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)?
Não. Segundo o Ministério da Saúde, os pacientes terão de arcar com os custos da substância, uma vez que, para ser incluída na lista de medicamentos d... Foto: USP IMAGENSMais
A fosfoetanolamina sintética cura o câncer?
Não se sabe. Não foram feitos estudos da substância com humanos. Pacientes relatam melhora da doença com o uso da cápsula, mas os depoimentos carecem ... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Será necessária a prescrição médica para uso?
Pelo texto da lei, basta um laudo médico com o diagnóstico de câncer e um termo de consentimento assinado para garantir o acesso à cápsula, mas o Mini... Foto: USP IMAGENSMais
Quem vai produzir a fosfoetanolamina e onde ela será vendida?
Não se sabe. O texto da lei se limita a determinar que só poderão produzir e distribuir a substância “agentes regularmente autorizados e licenciados p... Foto: USP IMAGENSMais