SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro trocou o comando do Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 15, e indicou o médico cardiologista Marcelo Queiroga para o cargo. Ele substitui o general Eduardo Pazuello, que estava à frente da pasta desde abril, e é o quarto a assumir a função desde o início do governo.
Queiroga já defendeu publicamente a vacina e o isolamento social como forma de combate à pandemia de covid-19. No entanto, em entrevista à CNN, o novo ministro afirmou que o lockdown deve ser implementado apenas em situações extremas e não pode ser uma política de governo. Ele disse que alguns aspectos da economia devem ser observados antes da decretação da medida.
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Na entrevista ao canal de televisão, ele reforçou que não existe hoje um tratamento específico para o coronavírus. Falou que alguns medicamentos sem eficácia comprovada são usados no tratamento da doença e que, mesmo sem o aval da ciência, os médicos possuem autonomia para prescrevê-los. Disse ainda que o "tratamento precoce", defendido pelo presidente, precisa ser debatido para que se encontre um consenso sobre o assunto.
Diversos estudos mostram que cloroquina e ivermectina não têm eficácia contra a covid-19.
Em dois vídeos publicados em sua conta no Twitter, Queiroga defende a vacinação. No primeiro, onde aparece a logomarca da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ele afirma que “as vacinas são seguras e eficazes em reduzir, entre outros desfechos, os casos graves da doença”. “É preciso fazer com que a sociedade brasileira continue acreditando nas vacinas”, completa. Ele fala como presidente da instituição.
No segundo, o médico aparece sendo imunizado. “A vacina contra a COVID-19 é um direito de todos e dever do Estado brasileiro. O momento é de união para ampliar a cobertura vacinal e conter a pandemia”, escreve.
Ao escolher o cardiologista, Bolsonaro segue uma indicação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho mais velho. Queiroga é amigo de Flávio e já havia sido indicado para uma vaga de diretor na Agência Nacional de Saúde Suplementar, mas a nomeação estava parada no Senado. Também fez parte da equipe de transição do governo após a eleição de Bolsonaro, em 2018.
Currículo
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes formou-se em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele fez residência médica em Cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, e é especialista na área pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB).
Foi presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista no biênio 2012/2013 e é membro permanente do seu Conselho Consultivo. Ele também é conselheiro titular do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba. Desde dezembro de 2019 é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e seu mandato acaba neste ano.
As informações estão disponíveis na plataforma Lattes, site que reúne currículos de acadêmicos e é alimentado pelo próprio autor. De acordo com o site, a última atualização no currículo foi feita por Marcelo em outubro de 2020.
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