A segurança da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Astrazeneca foi aprovada por unanimidade pelos 54 membros avaliadores da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O parecer do órgão é imprescindível para que o imunizante, distribuído no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), seja avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Não avaliamos nada do ponto de vista farmacológico, eficácia ou efeitos colaterais. Nos atemos a avaliar o que é a vacina e qual o seu princípio ativo, que é de vetor viral geneticamente modificado”, explicou Paulo Barroso, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 15.
Essa é a segunda vacina geneticamente modificada a receber autorização no Brasil. A primeira foi um imunizante contra a dengue, que recebeu o aval da CTNBio em 2016, de acordo com Barroso.
A avaliação do órgão, submetido ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, é necessária para qualquer produto que tenha um organismo geneticamente modificado. Durante a coletiva, Barroso afirmou que as vacinas da Janssen Pharmaceutical Companies (Johnson & Johnson) e a Sputnik V também serão submetidas à análise do órgão. Isso não se aplica, entretanto, aos imunizantes da Sinovac/Butantã, da Pfizer e da Moderna.
Os dados referentes à vacina de Oxford/Astrazeneca foram entregues ao CTNBio na última terça-feira, 12, pela Fiocruz, em um dossiê com mais de 700 páginas. “Em função da pandemia, fizemos uma análise bastante célere do processo”, comentou Barroso, frisando que essa avaliação não diz respeito à eficácia do imunizante.
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