BRASÍLIA - Apenas cinco Estados do País não apresentam transmissão sustentada de zika (quando o vírus circula livremente, transmitido de pessoa para pessoa): Acre, Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Boletim divulgado na tarde desta quarta-feira, 16, pelo Ministério da Saúde mostra que subiu para 22 o número de unidades da federação com casos autóctones do vírus, transmitido pelo Aedes aegypti.
O informe mostra ainda que os registros de casos de microcefalia - má-formação que está relacionada à infecção da gestante pelo zika - subiram de 6.158 para 6.480 em uma semana. Do total informado, somente 34% foi esclarecido. Ainda estão em investigação 4.268 notificados, dos quais boa parte é ainda de 2015.
O número de casos ainda sem esclarecimento é considerado muito alto. O problema, admite o governo, traz um impacto negativo que vai além de meros dados estatísticos. Familiares com bebês com suspeita da má-formação necessitam da confirmação para solicitar, por exemplo, o Benefício de Prestação Continuada. No valor de um salário mínimo, ele é concedido para pessoas com deficiência física (incluindo bebês com microcefalia) e para idosos que não contribuíram para Previdência, desde que a renda per capita da família não seja superior a um quarto de salário mínimo.
Boletim divulgado nesta quarta mostra que o número de óbitos relacionado ao zika subiu de 157 para 182 em uma semana. As mortes ocorreram ainda durante a gestação ou logo depois do parto. Desse total, 40 estão confirmados para microcefalia e alteração do sistema nervoso central. Os demais continuam em investigação.
Durante a investigação, são avaliadas não apenas a relação com zika, mas a eventual relação com outros agentes infecciosos, que também podem provocar a microcefalia, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes.
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