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Brasil teve perda líquida de 71 milhões de hectares de vegetação nativa em 30 anos

É o equivalente às áreas dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo somadas; projeto MapBiomas mostra a dinâmica da ocupação de cada pedacinho do território do País ano a ano, desde 1985

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Atualização:

O Brasil teve, em três décadas, uma perda líquida de 71 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente às áreas dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo somadas. O número consta do novo levantamento do projeto MapBiomas, uma iniciativa de 34 universidades, organizações não-governamentais e institutos de pesquisa que mapeia todas as mudanças que ocorreram na ocupação do território.

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Os dados, lançados nesta sexta-feira, 16, oferecem uma visualização sobre como se deu a dinâmica dessas mudanças no País ano a ano, desde 1985. É também a primeira vez que se calcula a perda líquida de vegetação no País no período, somados todos os biomas. O valor desconta o que foi ganho de vegetação no período com reflorestamento e regeneração natural.

Por dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), são bem conhecidos os valores de desmatamento da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, e agora o Cerrado está sendo investigado, mas não o resto do País. A diferença do MapBiomas é que ele mostra a evolução da ocupação.

Veja abaixo o gif animado. No mapa, o verde mais escuro são florestas, o mais claro são savanas. Em amarelo está a pecuária e em rosa, a agricultura. Todos os dados estão disponíveis em www.mapbiomas.org.

"É como se fosse uma máquina do tempo, dá para entender a história de cada pedacinho do Brasil ao longo dos últimos 30 anos, com imagens com 30 metros de resolução", explica o engenheiro florestal Tasso Azevedo, do Observato?rio do Clima, coordenador do projeto.

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O mapeamento revela que a área de agricultura quase triplicou neste período (2,9 vezes), e a de pecuária cresceu 43%.

A Mata Atlântica, bioma com 56% da área urbana do país, perdeu 5 milhões de hectares de floresta. Nos últimos 10 anos, porém, as taxas de regeneração vêm superando as de desmatamento.

O bioma que perdeu a maior proporção de sua área de vegetação nativa foi o Cerrado, com 18% de perda líquida.

CAR

O projeto também permite cruzar as imagens com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), programa nacional, integrado, no qual donos de terra registram os dados dos seus imóveis, como área ocupada com produção e o que resta de vegetação. A ferramenta, prevista no novo Código Florestal para ajudar a combater o desmatamento, traz informações auto-declaradas.

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"Mas sobrepondo esses dados com o MapBiomas conseguimos visualizar as mudanc?as reais que ocorreram em cada propriedade. O que era floresta, quando virou pasto, quando o pasto foi abandonado e regenerou, por exemplo", afirma Azevedo. Com o tempo, será possível checar também se o proprietário está cumprindo seus programas de recuperação do que foi desmatado ilegalmente.

Esta é a terceira coleção do MapBiomas, que foi lançado em 2015. As versões anteriores, porém, envolviam uma janela mais curta de tempo de observação. É a primeira vez que se incluem todas imagens de satélite disponíveis para o País desde 1985.

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