O governador João Doria (PSDB) assinou na tarde desta terça-feira, 20, um decreto que inclui São Paulo no programa “Race to Zero”, das Organizações das Nações Unidas, com o objetivo de diminuir a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. Ele listou cinco pontos principais que serão seguidos pelo Estado e disse ter desenvolvido “metas intermediárias” de ação climática a serem seguidas até 2050.
O governo promete “fixar novas metas e soluções para energias renováveis, restauração florestal, agricultura de baixo carbono, bioeconomia, proteção da biodiversidade, controle e prevenção da poluição, qualidade do ar, transportes sustentáveis, segurança hídrica, saneamento ambiental, municípios resilientes e cidades sustentáveis”.
Algumas das ações indicadas por Doria incluem a substituição do consumo de combustíveis fósseis, com valorização do etanol; o projeto de transformação digital da rede elétrica Urban Futurability, implementado na Vila Olímpia durante sua gestão como prefeito da capital; o desenvolvimento de combustíveis avançados como o hidrogênio; e a garantia das seguranças hídrica e alimentar, além da prevenção a eventos climáticos e resposta a desastres naturais no Estado.
Ainda de acordo com o governador, ele pretende apresentar nos próximos 12 meses um plano detalhado das metas a serem seguidas pelo Estado, além de manter a transparência nos resultados, com relatórios públicos mensais e anuais. O objetivo é que essas e outras ações, como o plano Novo Rio Pinheiros, de despoluir o rio até o final do próximo ano, sejam apresentadas durante a Confederação Climática da ONU, a COP 26, na cidade escocesa de Glasgow, em novembro.
Diagnosticado pela segunda vez com covid, o governador participou da cerimônia de forma virtual, enquanto outros representantes do governo fizeram declarações do Palácio dos Bandeirantes. O evento teve tons de crítica à administração federal e à falta de atuação da administração de Jair Bolsonaro no combate às mudanças climáticas e redução do desmatamento no País.
“Infelizmente, no Brasil de hoje, as questões ambientais, em função do presidente, estão colocadas no campo ideológico, como se mudança do clima fosse tema do comunista ou de esquerda, quando é algo suprapartidário”, afirmou Fábio Feldmann, ex-secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo.
O atual secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, afirmou que a adesão de São Paulo ao Race to Zero marca a “busca efetiva do compromisso do governo com o desenvolvimento sustentável, a proteção ao meio ambiente, às comunidades tradicionais e ao emprego”.