O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira, 21, o secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador André Corrêa do Lago, como o presidente da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), que será sediada em Belém, segundo fontes ao Broadcast Político/Estadão. O martelo foi batido em reunião com o chefe do Executivo e ministros nesta manhã.
O governo enfrentava um impasse na escolha do novo presidente da COP-30. Entre os cotados, estavam o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; a secretária de Mudança do Clima, Ana Toni; e André Corrêa do Lago, que já é o coordenador do evento. O posto é considerado decisório nas negociações climáticas entre os países.
O impasse fez com que o governo demorasse para escolher o nome, o que foi alvo de críticas de especialistas, como mostrou o Estadão/Broadcast, que veem necessidade de o Brasil avançar mais rápido nas negociações para que a cúpula de Belém tenha avanços significativos. Nesta semana, o Acordo de Paris - principal pacto global contra o aquecimento global - sofreu um revés com a saída dos Estados Unidos após a volta de Donald Trump à Casa Branca.
Lula também não tirou do papel a criação uma Autoridade Climática, cargo para articular os esforços do governo nessa área. A promessa é feita desde a campanha de 2022, foi retomada em momentos de crise, mas depois abandonada pelo Planalto.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, um dos principais impasses em torno da discussão era político. Alckmin era um dos cotados de Lula para chefiar o evento por conta de rearranjos que deve fazer em sua gestão. O vice-presidente pode entrar na reforma ministerial que o presidente fará e, por conta disso, escolhê-lo como presidente da COP-30 seria uma forma de reacomodá-lo no governo.
Mas um dos motivos que motivou a escolha de André Corrêa do Lago foi justamente o afastamento da política. O embaixador é considerado um nome técnico e negociador experiente por integrantes do governo. Por conta disso, a escolha pelo secretário diminui as chances de que o evento seja politizado. Seu nome, por exemplo, é apoiado pelo assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim.