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Ministério da Justiça pede R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia para reforçar segurança na região

Flávio Dino se reuniu com presidente do BNDES para apresentar plano de aumento da presença de agentes na floresta

Por Fabio Grellet

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, reuniu-se nesta quinta-feira, 18, com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, a quem apresentou um plano para aumentar a presença das forças de segurança na Amazônia. Para isso, Dino pretende usar pouco mais de R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia, que é gerido pelo BNDES.

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O investimento total no projeto, segundo o ministro, seria de R$ 2 bilhões, dos quais “R$ 600 (milhões) ou 700 milhões” sairiam do Ministério da Justiça. Criado em 2008, paralisado em 2019 e retomado neste ano, o Fundo Amazônia reúne dinheiro doado por governos estrangeiros a ser investido em projetos de prevenção e combate ao desmatamento, conservação e uso sustentável da floresta. O caixa atual é de R$ 5,4 bilhões.

“Fiz uma reunião com o presidente Aloízio Mercadante e toda a equipe do BNDES. Apresentamos um plano comum do Ministério da Justiça com o Ministério da Defesa, visando, sobretudo, ampliar a presença no território. Esse é o centro da estratégia, viabilizar recursos junto ao BNDES, e o presidente Mercadante foi muito receptivo a essa tese”, afirmou Dino, durante entrevista coletiva em Brasília.

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, apresentou plano de combate ao crime na região da Amazônia Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

“Estamos pleiteando do BNDES algo em torno de R$ 1 bilhão e alguma coisa, do Ministério da Justiça outros R$ 600 (milhões) ou R$ 700 milhões, e pretendemos um aporte total de R$ 2 bilhões”, contou. “O Fundo Amazônia pode aportar recursos nesse eixo chamado Comando e Controle, e foi essa a razão da nossa reunião técnica no BNDES”.

O plano prevê o aumento de agentes de segurança na Amazônia e também de equipamentos na região, com melhoria da infraestrutura na região. “Estamos pleiteando recursos para multiplicar bases fluviais, bases terrestres, multiplicar a presença no território com helicópteros, drones, armamentos e aviões e, com isso, conseguirmos enfrentar esse novo patamar do crime na Amazônia, que é a criminalidade articulada com quadrilhas”, afirmou o ministro. “Monitoramento satelital é importante, inteligência (é) vital, mas é preciso presença física”, argumentou.

Segundo Dino, invasores de terras indígenas que resistem a sair de áreas de proteção ambiental ocupadas ilegalmente são, em sua maioria, ligados a facções criminosas. No início do mês, reportagem do Estadão mostrou que, em meio ao aumento da violência na região, o PCC atua como espécie de “síndico do garimpo ilegal” em terra Yanomami.

“Por que a desintrusão do território Yanomami caminhou sem nenhuma morte durante meses, e durante as últimas semanas há confrontos armados? Porque exatamente setores que remanesceram no território são vinculados a facções criminosas”, afirmou Dino. “Uma das pessoas que em confronto faleceram tinha uma extensa ficha criminal vinculada a facções. A nossa resposta é comando e controle com presença territorial. A Polícia Federal instalou uma base no Vale do Javari, e nós queremos ampliar essa experiência”, concluiu.

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Dino apresentou um balanço de ações recentes das forças de segurança do governo federal na região. Segundo ele, foram cumpridos 129 mandados de busca e apreensão, 74 pessoas foram presas, R$ 183 milhões de recursos provenientes do crime foram bloqueados e 465 equipamentos usados irregularmente foram destruídos ou inutilizados.

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