Tarifaço de Trump vai interromper avanço de energias renováveis? Qual o impacto para a COP-30?

Colunista da Rádio Eldorado e secretário executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini comenta impactos de medida para a agenda climática e andamento de obras de infraestrutura em Belém, sede da cúpula em novembro

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Por Redação

O tarifaço promovido pelo presidente americano Donald Trump contra outros países, em vigor desde 5 de abril, não vai interromper o avanço de fontes de energia renováveis, como solar e eólica, segundo Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. Mas, segundo ele, a medida deve ter impactos indiretos sobre investimentos na área e sobre as negociações da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), que ocorre no Brasil em novembro.

Tarifaço de Trump entrou em vigor em 5 de abril  Foto: Manuel Balce Ceneta/AP

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Os Estados Unidos representam atualmente menos de 10% do mercado global de energia solar, com a grande produção tecnológica de renováveis concentrada principalmente na China e a maior parte desse nos países emergentes.

Ainda assim, o colunista da Rádio Eldorado, do Grupo Estado, avalia que a medida pode elevar custos de infraestrutura e logística dessas tecnologias, além de afetar o ambiente de cooperação entre os países, com efeitos na COP.

Por outro lado, parte dos analistas do setor acredita que a postura dos EUA pode unir os países em torno de um “inimigo comum” na agenda do clima.

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Preparativos para a COP

A sete meses da conferência em Belém, as acomodações continuam sendo um problema e há expectativa do governo de que os países enviem delegações mais enxutas, segundo Astrini. O lançamento de uma plataforma oficial para reserva de hospedagem deve ser lançado nos próximos dias.

“Uma boa infraestrutura não garante uma boa conferência, mas se a infraestrutura for ruim pode comprometer a conferência inteira”, disse ele. A pouca oferta de hospedagem e o preço elevado podem limitar a participação dos países, tanto por meio das delegações oficiais quanto membros da sociedade civil, como acadêmicos e ativistas.

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