O presidente do Sindicato dos Aeroviários, Uébio José da Silva, afirmou hoje que a categoria vai pressionar deputados federais para a criação de uma câmara setorial com o objetivo de discutir a crise nacional da aviação. Segundo ele, empresários, trabalhadores e as esferas de governo estadual e federal devem se unir para evitar a falência generalizada no setor. No primeiro semestre deste ano, as principais empresas tiveram prejuízos acumulados de R$ 1 bilhão. Silva lembrou que o setor emprega cerca de 20 mil pessoas, incluindo aviação doméstica, rural e empresas de táxi aéreo. "Se nada for feito, a aviação doméstica vai desaparecer, assim como ocorreu com o setor da marinha mercante, que foi tomado por empresas internacionais. Segundo ele, o caso mais grave continua sendo o da Transbrasil, que demitiu 3 mil pessoas no último ano. A empresa tem dívida de R$ 910 milhões e perdeu 10 aviões desde o começo do ano. Funcionários da Transbrasil demitidos afirmam que a empresa não está pagando os direitos devidos e que não tem depositado os recursos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Segundo o diretor de administração da Transbrasil, Mário Thurler, a empresa está em dificuldades, mas deverá pagar os salários atrasados em novembro. Segundo ele, os empregados e ex-funcionários precisam ter paciência. Representantes da Varig, Transbrasil, Vasp e Gol reuniram-se hoje na Assembléia Legislativa de São Paulo para discutir os problemas do setor com representantes dos trabalhadores e com deputados. No geral, os empresários reclamam da carga tributária que incide sobre o setor e defendem maior liberdade para operar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.