Todo segundo domingo de outubro, moradores e turistas de todo o Brasil transformam-se num mar de gente. Nessa época, o número de habitantes na cidade dobra. Dois milhões de visitantes, por ano, percorrem um trajeto de dois quilômetros e meio para seguir uma das maiores festas religiosas do Brasil e a mais importante do Estado: a Procissão do Círio de Nazaré. O evento, que dura meio dia, colocou Belém na rota do turismo religioso. "É como uma festa de Natal", compara o guia Marco Romero. Os moradores enfeitam suas casas e preparam um almoço em alto estilo para a família. A berlinda com a imagem da Virgem de Nazaré sai da Igreja da Sé e segue até a Basílica de Nazaré. A peregrinação começa na véspera, quando a imagem está a caminho da Igreja da Sé. Na chegada é celebrada uma missa. Momento em que os romeiros pedem e agradecem as bênçãos de Nossa Senhora. Durante o trajeto são entoados cânticos e orações que emocionam todos aqueles que acreditam e que tiveram sua graça alcançada. Um espetáculo de fé e de religiosidade coletivas. A corda de proteção da berlinda é o símbolo mais importante da romaria. Ela era usada para puxar o carro com a imagem, mas hoje representa a ligação entre a santa e o povo. Durante a procissão os homens ficam de um lado e as mulheres do outro. Todos descalços e disputando um pedacinho de espaço para tocar a corda como uma forma de pagamento da promessa. Para aqueles que não têm a oportunidade de visitar a cidade na época do Círio, resta conhecer os destaques da festa no Museu do Círio de Nazaré. Há uma maquete do Círio, a história de Nossa Senhora de Nazaré, fotos e um resumo do primeiro círio, os estandartes, a berlinda, a corda e os artigos de cera usados para pagar promessa. O museu fica na Rua Padre Champegnt, s/n.º ( 0--91-219-1152) e abre de terça (gratuito) a sexta-feira, das 13 às 18 horas; sábado e domingo, das 9 às 13 horas. A entrada custa R$ 2,00, com desconto para estudantes.