Guardei uma coluna sua de outubro de 2013, em que você dava as coordenadas para uma viagem de duas semanas de carro entre Recife e Maceió. O papel já amarelou. O que você mudaria nessa viagem, hoje? (Áurea, São Paulo). O que talvez tenha mudado mais nesses dois anos é o contexto: com o dólar próximo dos R$ 4, o Brasil volta a ser desejado. Sei que não é o seu caso (você guardou o recorte até amarelar!), mas vai ter muita gente repentinamente se dando conta do privilégio que é poder passar um tempo hospedado pé na areia sem sair do País. Esse trecho que você escolheu é um dos filés da nossa costa, com praias de água azul-bebê que têm tempo perfeito agora, no segundo semestre. Mas há algumas novidades pontuais (ou coisas que eu descobri depois daquele texto) que vão melhorar seu roteiro. Começando pelo Recife: procure hospedar-se no Pina, a ponta sul de Boa Viagem, que é o bairro que está acontecendo. Ficando nos hotéis Transamérica Prestige Beach Class ou Nobile Beach Class Executive você terá os restaurantes da Rua Capitão Rebelinho à porta. Visitar a Oficina de Francisco Brennand ficou mais simples, porque o local passou a abrir também sábado e domingo; agora a visita pode ser mais facilmente combinada com o Instituto Brennand, que fica perto. O Recife Antigo ficou ainda mais interessante, com as adições do Paço do Frevo e do excepcional Cais do Sertão Luís Gonzaga. O caminho para Porto de Galinhas agora tem estrada expressa pedagiada (mas duplicada), que passa pelo complexo de Suape e evita o engarrafamento à altura de Ipojuca. A praia do Pontal do Cupe, a melhor de Porto, ganhou um bar – feioso, porém confortável – com estacionamento. Ficou mais cômodo para quem não está hospedado nos hotéis Pontal de Ocaporã ou Tabapitanga, que são vizinhos. Em Maragogi, considere duas pousadas excepcionais, que só não recomendei antes porque não conhecia: a Camurim Grande, mais estruturada, e a Praiagogi, que faz a linha butique. Procure fazer o passeio de barco à Croa de São Bento, que na maré baixa vira dublê das Ilhas Maldivas. Se não quiser voltar à vida urbana em Maceió, tente ficar no hotel Gungaporanga, a meio caminho entre as praias do Gunga e da Barra de São Miguel. E a Rota Ecológica alagoana, entre São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras, continua o melhor desfecho para essa viagem, não importa se você retorne por Recife ou por Maceió.