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Em São Paulo vale visitar o Mercado Municipal

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Por Agencia Estado
Atualização:

Bastou o arquiteto Ramos de Azevedo cortar a fita de inauguração para que o Mercado Central se visse ocupado por hordas de soldados carregados de armas e munição. Isso mesmo. Em 1932, o grandioso prédio localizado às margens do Rio Tamanduateí, cuja construção havia começado há quatro anos, estava pronto para tornar-se o principal entreposto de mercadorias de São Paulo quando foi transformado em paiol de armas. Foi preciso esperar constitucionalistas e governistas selarem a paz para que japoneses, italianos, árabes e brasileiros instalassem suas bancas e dessem à cidade um mercado à altura de seu aceleradíssimo desenvolvimento, o que aconteceu em 33. Hoje, passados 68 anos, o Mercado Municipal mantém-se como referência gastronômica de São Paulo. Em 318 boxes, que ocupam 12,6 mil m² , há produtos de apelo irresistível. Peixes, frutos do mar, carnes, aves, queijos, frutas, verduras, temperos e ingredientes são exibidos diariamente de 5 da manhã às 4 da tarde para inspeção de donas de casa e restaurateurs, como o chefe francês Erik Jacquin, que, a convite do Jornal da Tarde, foi verificar a profusão de aromas e sabores. Comandante há dois anos da cozinha do Café Antique, Jacquin, 36 anos, nasceu em Dun Sur Auron, no Vale do Loire, região famosa por seus castelos e culinária de peixes. Alto, corpulento e sorridente, o chefe examinou salmões, linguados, badejos, narmorados, tambaquis e piranhas nas 16 peixarias do mercado. Jacquin, após investigar cuidadosamente guelras e barbatanas, recomendou a compra dos pescados. Alguns passos adiante, surgem grandes empórios, dominados por produtos italianos. Em um dos boxes, Jacquin provou um pedaço de um legítimo queijo parmesão grana padano e estudou várias marcas de azeite de oliva, todas italianas. Na cozinha do Café Antique um terço dos ingredientes vêm da França, mas carnes, frutas e verduras são de fornecedores nacionais. A arte dominada com sofisticação e perícia por Jacquin, aprendida com mestres franceses como Henri Chavert, utiliza legumes e verduras, levemente cozidos para manter sabor e aroma originais. Nas bancas de hortifrúti, ele comprovou a boa qualidade das folhas e tubérculos. Embora siga ortodoxamente a culinária francesa, Jacquin exatasia-se com a variedade das frutas tropicais, abundantes em mais de dez bancas. Após duas horas de passeio, ele ainda parou para observar os vitrais do artista russo Conrado Sorgenicht com temas agrícolas. Além de excelente pedida para a feira, o Mercado Municipal é um belo programa para conhecer uma das construções históricas mais importantes da cidade. Mercado Municipal. Rua Cantareira, 306, tel.: 228-0673. Seg. a Sáb. das 4h às 16h

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