O turista que programa uma viagem para Machu Picchu dificilmente se anima com a idéia de desembarcar em Lima e ter de passar algumas horas na capital peruana. Mas vale a pena atravessar a imigração e até mesmo voar para Cuzco no dia seguinte, para ter idéia de como é a metrópole de 8 milhões de habitantes. Descarte a opção de sair pela rua sem rumo. Lima é uma cidade que muda em poucos metros de distância. Isso porque ela é dividida em regiões, cada uma com sua subprefeitura, que fica responsável, entre outras coisas, pela parte estética. Você passa, em menos de cinco minutos, de um parque de oliveiras encantador do bairro de Salicidro, com casais namorando na grama e crianças jogando bola, para uma calçada suja cheia de vendedores ambulantes cercada por um trânsito infernal. Um local interessante para começar a visita é o centro histórico, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco desde 1991. De frente para a Praça de Armas fica o Palácio do Governo, onde o presidente eleito Alejandro Toledo irá viver a partir do dia 28 de julho. No Convento de São Francisco, apesar de fazer parte da maioria dos roteiros turísticos, a conservação é pouca. Os visitantes fazem fila para entrar nas catacumbas, o cemitério do período colonial. No interior, atrás de uma bancada de madeira, está Félix, de 45 anos, que vive lá há 18. Ele chama a atenção dos turistas pela maneira como esculpe as peças de madeira ou pinta os cartões. É deficiente físico, só tem os antebraços e mexe a espátula com a boca. Simpático, Félix se anima quando vê os brasileiros. "Vocês são da terra do Aleijadinho." O artista de Ouro Preto é o grande ídolo do peruano. "Já li muita coisa sobre ele, mas por aqui não encontro fotos das suas obras", lamenta. Ainda vale dar umas voltas e reparar nas pequenas e antigas portinhas ao redor. Outro passeio que vale a pena é o Museu do Ouro, para conhecer a coleção de 12 mil peças do milionário Miguel Mujica Gallo. São verdadeiros tesouros, entre colares, máscaras funerárias e vasos. Seguindo de carro em direção à praia, vale fazer uma breve parada no Parque dos Amores. Mosaicos coloridos nas paredes, canteiros floridos, frases românticas pintadas e uma enorme escultura de um casal se beijando no centro atraem os namorados no fim de tarde àquele mirante de frente para o Pacífico. Repare que na praia não há nem guarda-sóis nem pessoas com trajes de banho. Nem mesmo areia. Apenas uma extensa faixa de pedras e surfistas se divertindo no mar. A viagem foi oferecida pela Climb Expedições e pela Taca Linhas Aéreas