Festivais, pubs irlandeses, bistrôs franceses, casas vitorianas, prédios modernos, shoppings de grife, cinemas de última geração e gastronomia do mundo inteiro. Junte a tudo isso um povo multiétnico e amigável. Quem já esteve lá pelo menos uma vez não tem dúvidas: estamos falando da irresistível Montreal. Uma América europeizada (ou uma Europa americanizada?), a cidade une a mesma força do consumismo norte-americano com a riqueza cultural de franceses e ingleses. A ilha descoberta por Jacques Cartier ? sim, Montreal é uma ilha fluvial ? apresenta-se como fonte inesgotável de criatividade artística. Uma prova disso: ela é o lar do Cirque du Soleil, nova concepção de espetáculos circenses atuante em sete lugares do mundo, com uma audiência total que atinge mais de 30 milhões de pessoas. Na sede do Cirque du Soleil, no bairro de Saint-Michel, mais de 500 pessoas trabalham em um grande estúdio para criar apresentações, sempre testados pelo público montrealense antes de ?irem para a estrada?. Festival de jazz - Montreal é um lugar de grandes eventos, entre eles o famoso Festival Internacional de Jazz, que ocorre no verão. A badalação existe em todas as estações do ano. Até mesmo durante o inverno gélido - a temperatura pode ser mais baixa que os 30 graus negativos -, os montrealenses se divertem, pois contam com a sua famosa cidade subterrânea. Ao todo, são mais de 30 quilômetros com lojas, restaurantes, bares, cinemas e teatros interligados pelas estações de metrô. Quando a neve cai, o esqui cross-country e a patinação nas águas congeladas dos lagos tomam conta do quase interminável Parque Mont Royal, onde andar de bicicleta é a pedida em tempos de calor. De lá, tem-se também a melhor vista panorâmica dos arranha-céus. Outro programa indicado com tempo bom é navegar pelo Saint Lawrence, que leva os turistas até a natureza mais selvagem existente em Montreal. Revolução silenciosa - A cidade já era considerada a "Paris do Norte" desde a Revolução Industrial do século 19, mas começou a se agigantar como metrópole após a Feira Mundial Expo 1967. Nessa época, o mundo passou a conhecer os efeitos da "revolução silenciosa", na qual a província de Quebec - onde localiza-se Montreal - se impôs como ex-colônia francesa. Além disso, a sua privilegiada localização, a apenas 60 quilômetros da fronteira com os Estados Unidos, garante a comercialização de 40% da produção industrial para os vizinhos próximos. Se Quebec não conseguiu a sua separação do Canadá inglês, preservou pelo menos sua identidade histórica. Percebe-se isso logo na chegada a Montreal. O francês está presente na sinalização de trânsito, nos cardápios de restaurantes, nos letreiros de cinema e nos anúncios de lojas. O idioma de Shakespeare é língua oficial assim como o de Molière, mas costuma ser usado apenas como ajuda aos turistas. Sob esse ponto de vista, o domínio ainda é dos franco-canadenses.