Setor hoteleiro deve se recuperar no final de 2002

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Por Agencia Estado
Atualização:

A recuperação do setor hoteleiro no Brasil só deve acontecer no segundo semestre de 2002 e, com exceção das cidades de turismo de lazer, o primeiro semestre ainda será muito ruim para o setor, avaliou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em São Paulo (ABIH-SP), Júlio Serson. Isso porque, apesar de dar sinais de reaquecimento, com o crescimento recente do turismo nacional, os hotéis deverão ser prejudicados pelo aumentos das tarifas de energia já em dezembro deste ano. Seria o terceiro impacto no setor em seis meses, depois do racionamento de energia e da queda brusca no turismo decorrente dos ataques terroristas nos Estados Unidos, em 11 de setembro. Estes fatores já provocaram uma queda no movimento dos hotéis de 35% a 40%. "Um reajuste agora iria penalizar a sociedade como um todo e dificultaria a recuperação do setor hoteleiro", afirmou Serson. Segundo ele, as contas de luz representam de 12% a 14% do faturamento dos hotéis, sendo o segundo maior insumo depois da folha de pagamento. Para este ano, a expectativa da ABIH-SP é de que o faturamento do setor hoteleiro este ano seja US$ 140 milhões inferior ao do ano passado, que foi de US$ 1 bilhão. De acordo com analista de energia Marcos Severine, da corretora Sudameris, o governo deve anunciar um aumento extraordinário de tarifa de energia de pelo menos 5% em dezembro e para 2002 estão previstos os reajustes anuais, de acordo com a data-base das distribuidoras, que devem ser de 20 a 25%. "Estes reajustes servirão para recompor o equilíbrio financeiro das concessionárias", explicou. Para Severine, o impacto dos reajustes será "expressivo" na economia e por isso o governo deverá manter a taxa de juro (Selic) até o final do ano, evitando uma elevação ainda maior das tarifas energéticas. Isso porque algumas contas que compõem o cálculo das tarifas passaram a ser corrigidas de acordo com a Selic. Racionamento - O presidente da ABIH-SP afirmou ainda a redução das metas de racionamento de 20% para 7% para os consumidores comerciais e residenciais de São Paulo não deve alterar a situação dos hotéis da cidade. É que, segundo Júlio Serson, muitos hotéis adquiriram geradores ou adotaram o sistema de aquecimento a gás logo após o início do racionamento, em junho. "E como o movimento caiu muito no segundo semestre, o consumo foi menor de qualquer maneira", ressaltou. A capital paulista enfrentou este ano a maior crise de sua história. Neste semestre, grandes hotéis da cidade, como o Renaissance, o Sheraton e o Mofarrej, realizaram demissões para enxugar os gastos. Outros, como o Hotel Central, Esplanada Hotel e o próprio Sheraton optaram por desativar alguns andares. A capital responde por 15% da indústria hoteleira do País, que abriga ao todo 18 mil meios de hospedagens.

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