Foto: Daniel Teixeira/Estadão

São Paulo

Quais lugares de SP terão de mudar de nome por causa da Ditadura Militar

Mudança é determinada pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, que tomou decisão a partir de ação movida pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Defensoria Pública da União; Prefeitura ainda não se manifestou.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Lei permite alteração dos nomes

O magistrado despachou que, passados mais de dez anos da edição de uma lei que permite a alteração dos nomes, a cidade permanece repleta de vias e equipamentos públicos cujos nomes estão ligados à Ditadura Militar.

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Foto: Jacques Mezger/Instituto Vladimir Herzog

Instituto Vladimir Herzog

Um dos autores da ação é o Instituto Vladimir Herzog, que leva o nome do jornalista assassinado em outubro de 1975 no DOI-CODI. Veja alguns dos espaços públicos que podem ser rebatizados.

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Foto: Crematório Vila Alpina

Crematório da Vila Alpina

Recebe o nome de Jayme Augusto. Quando esteve à frente do Departamento de Cemitérios da cidade, uma série de corpos exumados foram clandestinamente enterrados em Perus, segundo documentos do Ministério Público Federal.

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Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Marginal Tietê

Conhecida pelo nome de Marginal Tietê, a Avenida Presidente Castelo Branco homenageia o marechal do Exército e ex-presidente do País (1964-1967). Ele foi uma das lideranças do golpe de Estado de 1964.

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Foto: Felipe Rau/Estadao

Ponte das Bandeiras

O local, que liga a zona norte ao centro, faz homenagem a Romeu Tuma, ex-senador e ex-diretor do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão da repressão política durante a Ditadura Militar.

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Foto: Reproducao Google Street View

Rua Alberi Vieira dos Santos

A via carrega o nome do ex-sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, colaborador do Centro de Informações do Exército (CIE), e que participou do massacre do Parque Nacional do Iguaçu e na armação de emboscadas e chacinas de opositores.

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Foto: Reproducao Google Street View

Praça Augusto Rademaker Grunewald

O local, na zona sul, foi batizado em homenagem ao vice-presidente do Brasil entre os anos 1969-1974, período em que o País foi governado por Médici, cuja gestão foi considerada a mais repressiva da Ditadura.

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Foto: Reproducao Google Street View

Rua Délio Jardim de Matos

A rua, que fica na zona sul, faz referência ao integrante do gabinete militar da Presidência da República do governo Castelo Branco. Ele foi um dos articuladores do movimento que promoveu o golpe de 1964.

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Foto: Google Street View/Reprodução

Rua Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior

Localizada na zona oeste, faz referência a um delegado de Polícia com participação em casos de tortura e ocultação de cadáveres.

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Foto: Reproducao Google Street View

Rua Trinta e Um de Março

A via, na zona sul, faz referência ao dia do golpe militar, em 1964.

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Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Outros lugares

A decisão atinge também a Av. General Enio Pimentel da Silveira (militar que serviu no DOI-CODI) e o Centro Desportivo da Rua Servidão de São Marcos, que faz referência a um general chefe do Centro de Informações do Exército (CIE).

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Foto: Cesar Ogata/Secom

Prazo

O despacho dá 70 dias para que o município apresente um cronograma com vistas a mudar os onze nomes de vias e espaços públicos. A reportagem buscou contato com a Prefeitura, mas ainda não teve retorno.

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Foto: Arquivo/Estadão

Entenda mais sobre o caso.

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Reportagem

Pepita Ortega e Marcelo Godoy

Produção

Caio Possati