Ponte Mauá, no RS, é o 1º bem binacional tombado

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Por Marcelo Galli
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Em reunião realizada do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ontem, em Brasília, a Ponte Internacional Mauá, em Jaguarão (RS), é o primeiro bem binacional tombado pelo órgão. Construída no início do século 20, a via une a cidade brasileiro a Rio Branco, no Uruguai.Segundo comunicado de hoje do Iphan, os conselheiros aprovaram também o tombamento do conjunto histórico e paisagístico da cidade gaúcha de Jaguarão como patrimônio cultural do País, "uma área urbana que guarda um acervo considerável de bens culturais, com edificações coloniais, ecléticas, art déco e modernistas".Na mesma reunião foi decidido que o acervo do Museu do Trem, no Rio de Janeiro, uma das maiores referências da memória ferroviária brasileira, e dois bairros de Belém do Pará (Cidade Velha e Campina) são patrimônio cultural.Com mais de mil itens considerados de valor histórico, o acervo abrange equipamentos ferroviários, utensílios, mobiliário e até locomotivas como a Baroneza, construída na Inglaterra, movida a vapor e a primeira a trafegar na estrada de ferro de Petrópolis. Outros destaques do acervo são um vagão usado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e outro em que viajou o Rei Alberto, da Bélgica, quando esteve no Brasil em visita oficial, em 1922.O bairros da capital paraense são "um dos maiores e mais íntegros conjuntos urbanos do País, dando à cidade de Belém configuração peculiar", segundo o Iphan. O conjunto arquitetônico, que compreende cerca de três mil edificações, mistura "traços básicos da arquitetura europeia com a cultura local, arquitetura neoclássica, exemplos arquitetônicos expressivos do período eclético, com grande concentração de exemplares de arquitetura azulejar, e arquitetura de ferro".ImigraçãoO conselho do órgão aprovou a primeira chancela de Paisagem Cultural Brasileira da história do País. A proposta de proteção encaminhou o tombamento de 61 bens referentes ao processo de imigração que, entre meados do século 19 e do século 20, levou para Santa Catarina imigrantes de vários países e regiões da Europa, especialmente das atuais Alemanha, Itália, Polônia e Ucrânia, além do reconhecimento, como Paisagem Cultural Brasileira, dos núcleos rurais de Testo Alto, em Pomerode, e Rio da Luz, em Jaraguá do Sul. Os bens são propriedades rurais, casas, ranchos, hortas, pomares, jardins, dialetos, culinária, festividades e tradições agrícolas.O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan. O colegiado é formado por especialistas de diversas áreas como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia.

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