PUBLICIDADE

Marido de diplomata alemão disse que vivia 'inferno' e rotina de agressões antes de ser morto

Reclamações foram enviadas pela vítima por mensagens de texto a um amigo, que entregou material à polícia; investigadores falam em relacionamento abusivo

Por Fabio Grellet
Atualização:

O belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, disse ao irmão que sua rotina estava "um inferno" e que iria à polícia denunciar uma agressão que sofrera do marido, o alemão Uwe Herbert Hahn, de 60 anos, agente consular da Alemanha no Rio. Biot morreu na última sexta-feira, 5, e a Polícia acredita que ele tenha sido assassinado por Hahn no apartamento em que os dois moravam em Ipanema, na zona sul da capital fluminense. O acusado está preso desde o último sábado, 6.

As mensagens foram mostradas à Polícia por um amigo de Biot, um espanhol de 57 anos que prestou depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira, 8. Por causa da amizade com o belga, esse espanhol também se tornou amigo do irmão dele. Após a morte de Biot, ele mandou mensagem para o irmão, que ainda não sabia do que acontecera.

Uwe Herbert Hahn foi preso em flagrante no sábado pela morte do companheiro, o belgaWalter Henri Maximilien Biot. Foto: Reprodução de TV/Reuters

PUBLICIDADE

Durante a conversa por aplicativo de mensagem, o irmão do belga mostrou ao espanhol uma troca de mensagens que tivera com Biot. Nela, foi exibido um ferimento decorrente de uma agressão sofrida em 17 de julho. "Eu te ligo outro dia. É um inferno aqui com Uwe", escreveu Biot. "Não se preocupe... Tenha coragem...", respondeu o irmão. "Eu vou para a Polícia", afirmou o belga, que em seguida enviou foto de um ferimento no próprio queixo. A Polícia acredita que o relacionamento era abusivo e que Biot era vítima de violência doméstica

Nesta terça-feira, 9, a síndica do prédio em que o casal morava, na rua Nascimento Silva, prestou depoimento na 14ª DP (Leblon), que investiga o caso. Até a publicação desta reportagem, não havia informações sobre o conteúdo do depoimento.

O Estadão procura representantes de Hahn, mas ainda não conseguiu localizar seus defensores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.