
Policiais militares, civis, federais e agentes das Forças Armadas realizaram uma megaoperação no Morro dos Macacos, na região da Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 6. Cerca de 900 agentes entraram na favela no início do dia para cumprir 31 mandados de prisão. Ao final da ação, a polícia divulgou que dez bandidos foram presos, além de dois menores de idade apreendidos.
Os criminosos seriam ligados ao traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, da facção Amigo dos Amigos (ADA). O grupo, que domina o tráfico no Morro do Macacos, teria participado da invasão na Rocinha no mês passado.
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O delegado da 20ª Delegacia de Polícia (Vila Isabel) Marcus Vinicius Braga disse que o objetivo da operação não era prender o traficante Leandro Nunes Botelho, conhecido como Scooby, considerado o chefe do tráfico na região. Segundo o delegado, informações da polícia concluíram que o traficante não estaria mais no local.
Na madrugada, foi registrado um novo tiroteio na Rocinha, segundo relatos de moradores em redes sociais. Dois criminosos foram mortos e uma adolescente de 16 anos foi ferida por uma bala perdida.

Conforme comunicado da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), as Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco da comunidade e baseadas em pontos estratégicos, enquanto as polícias atuam dentro da favela. Helicópteros controlam a operação do alto e a circulação de aviões na área está restrita. "No Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, representantes de todas as instituições envolvidas na operação estão acompanhando e orientando, em tempo integral, os desdobramentos, desde as cinco horas da manhã", segundo a nota divulgada pela secretaria.
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"Sucesso". Considerada como um "sucesso" pelas Forças de Segurança, a operação recolheu o que as forças de segurança classificaram como "farta quantidade de drogas e material de endolação", segundo a Secretaria de Segurança do Rio.
A operação foi feita após três meses de investigações para desmantelar o tráfico no Morro dos Macacos. "O resultado da operação considero um sucesso e não teve nenhum efeito colateral para a comunidade. Conseguimos desarticular grande parte desta quadrilha, e só dois tiros foram disparados", afirmou Braga.
Questionado sobre por que não houve apreensão de armas, o delegado admitiu que há dificuldade nesse tipo de trabalho. Depois, disse que esse "não era o objetivo principal da operação". "Nosso foco era cumprir os mandados de prisão", justificou.
As Forças Armadas assumiram cerco à comunidade. Algumas ruas foram interditadas e o espaço aéreo foi controlado. Esta foi a sexta operação integrada no Rio.