Polícia prende gêmeos acusados de matar tios e prima em São Gonçalo

Mãe dos detidos é suspeita de ser a mandante dos assassinatos; segundo as investigações, crime foi motivado por herança de R$ 7 milhões

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - A polícia prendeu dois irmãos gêmeos, acusados de participação no assassinato dos tios e da prima, de 9 anos. O motivo do crime era uma disputa familiar por herança de R$ 7 milhões. A mãe dos gêmeos, Simone Gonçalves Resende, é acusada de ser a mandante do crime e está foragida. Soraya Gonçalves, de 37, irmã de Simone; Wagner Salgado, de 42; e a filha do casal, Geovanna, foram mortos a tiros na sexta-feira, 17, em São Gonçalo, no Grande Rio.

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A polícia deteve Matheus Resende Khalil, de 23 anos, na manhã desta quinta-feira, 23. Ele contou que levou dois homens até o local do crime. Abriu a casa da avó, que estava vazia e é vizinha ao prédio em que a tia morava, e os deixou entrar. Por uma janela, os assassinos passaram para o imóvel ao lado e mataram a família.

De acordo com Matheus, ele não sabia que os homens que levava eram assassinos. Ele disse ainda que cumpriu ordens da mãe. Lucas Resende Khalil, cuja prisão preventiva já havia sido decretada, foi preso na manhã desta quinta-feira em Saquarema, Região dos Lagos. Os homens contratados também seriam desse município.

A Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo vai pedir a prisão preventiva de Matheus e de Simone, que não foi encontrada. 

Herança. Simone e Soraya, que foi adotada, disputavam na Justiça havia 16 anos a herança do pai - três apartamentos e um posto de gasolina, avaliados em R$ 7 milhões. O marido de Soraya, Wagner Salgado, diretor de eventos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Gonçalo, advogava em defesa da mulher no processo. Ele havia pedido na Justiça que Simone fizesse a prestação de contas do inventário.

Na semana anterior ao crime, Lucas tentou negociar pelo Facebook a venda de um revólver calibre 32 com silenciador. Para a polícia, ele queria ter certeza de que conseguiria se livrar da arma depois do assassinato. Duas armas foram usadas no crime, ambas com silenciador. 

Soraya foi morta com uma arma e o marido, com outra. Já Geovanna foi atingida por disparos das duas armas. 

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A investigação dos assassinatos ficará a cargo da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) Foto: Carlos Magno/Polícia Civil/Divulgação