Marielle foi morta a tiros na noite dessa quarta-feira, 14, dentro do carro em que seguia para casa. O ataque à vereadora aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. Os criminosos conseguiram fugir.
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A instauração é a etapa inicial. Caso o pedido seja aprovado, ele será encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pela autorização. Caso o STJ dê aval para o eventual pedido de federalização solicitado por Raquel, o caso deixará a Justiça comum do Rio de Janeiro e ficará sob a responsabilidade dos órgãos que envolvem a esfera federal, como Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça. Não há prazo determinado para que o pedido seja oficializado nem para uma possível autorização do STJ.
Pedidos de federalização são feitos apenas em casos específicos, como graves violações de direitos humanos e quando há a possibilidade de haver envolvimento da polícia em determinados crimes.
A procuradora-geral expressou integral apoio ao trabalho dos membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do procurador-geral de Justiça Eduardo Gussen. Foram designados a secretária de Direitos Humanos do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ivana Farina, o secretário de Relações Institucionais do Conselho, Nedens Ulisses, e o secretário de Direitos Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos. Eles se reunirão com Gussen e autoridades do Estado para acompanhar o início das investigações.
O assassinato da vereadora Marielle Franco pode estar ligado à sua militância política. Nascida no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio, Marielle, de 38 anos, tinha sua atuação pautada pela defesa de negros e pobres e denunciava a violência contra essa população. Há oito dias, a parlamentar, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio.
Moradores contaram, na primeira reunião do Observatório da Intervenção, no Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, que dois homens foram assassinados por policiais e tiveram os corpos jogados num valão. Segundo esses moradores, a PM vem se sentindo "com licença para matar" por conta da intervenção.
Manifestantes vãos às ruas do País após morte de Marielle e Anderson
1 / 24Manifestantes vãos às ruas do País após morte de Marielle e Anderson
Ato em Brasília
Servidores e deputados federais fizeram um ato na Câmara, em Brasília, em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao motorista Anderson Gome... Foto: Gilmar Félix/Câmara dos DeputadosMais
Ato no Rio
Manifestantes fazem ato em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na reg... Foto: Wilton Júnior/EstadãoMais
Ato no Rio
Manifestantes começam a chegar à Câmara Municipal, no centro do Rio, onde foi velado o corpo da vereadora Marielle Franco Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Ato no Rio
'Não à intervenção militar', pedem manifestantes reunidos no centro do Rio nesta quinta-feira, 15 Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Ato no Rio
Manifestação em frente à Câmara Municipal do Rio, nesta quinta-feira, 15 Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
Ato no Rio
Multidão se reúne em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, nesta quinta, 15 Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Ato no Rio
Clima na manifestação em frente à Câmara Municipal do Rio é de indignação e muita tristeza pela morte da vereadora Marielle Franco Foto: AP Photo/Leo Correa
Ato no Rio
Multidão se reúne no centro do Rio para assitir ao velório da vereadora Marielle Franco Foto: EFE/Antonio Lacerda
Ato no Rio
Cartazes dizem: "Vidas negras importam" no centro do Rio, nesta quinta-feira, 15 Foto: AP Photo/Leo Correa
Ato em São Paulo
Na capital paulista, a concentração do ato ocorreu no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da cidade Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Ato em São Paulo
Organizadores estimam que entre 3 e 5 mil pessoas participem do protesto na capital paulista Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Ato em São Paulo
O ato na Avenida Paulista assumiu um tom de defesa do feminismo e das minorias Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Ato em São Paulo
Manifestantes na Paulista fazem velório simbólico para a vereadora Marielle Franco Foto: Miguel Schincariol/AFP
Ato em São Paulo
Folheto distribuído durante a manifestação na Avenida Paulista, na região central de São Paulo Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão
Ato em Salvador
Com gritos contra a intervenção federal e pela luta dos negros no Brasil, os manifestantes seguiram pelas ruas de Salvador com cartazes e faixas Foto: Cleusa Duarte/Estadão
Ato em Salvador
Em Salvador, cerca de 2 mil pessoas entre estudantes, professores, representantes partidários ligados à esquerda e participantes do Fórum Social Mundi... Foto: Cleusa Duarte/EstadãoMais
Ato no Recife
A mobilização no Recife teve início em frente à Câmara Municipal do Recife, na região central da cidade Foto: Monica Bernardes/Estadão
Ato no Recife
Com faixas e cartazes, os manifestantes no Recife gritaram palavras de ordem e músicas contra a violência Foto: Monica Bernardes/Estadão
Ato em Brasília
Ato na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quinta-feira, 15 Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ato em Brasília
Ato na Câmara dos Deputados em Brasília, nesta quinta-feira, 15 Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ato em Brasília
Ato de servidores e deputados no Congresso Nacional, em Brasília, nesta quinta-feira, 15 Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ato em Brasília
'Transformar o luto em luta', diz um dos cartazes no ato em Brasília, nesta quinta-feira, 15 Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ato em Belo Horizonte
Segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas participaram em Belo Horizonte de protesto contra o assassinato da vereadora e do motorista Foto: Leonardo Augusto/Estadão
Ato em Belo Horizonte
Papéis em homenagem a Marielle são colados por manifestantes na capital mineira Foto: Leonardo Augusto/Estadão
Investigações
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou nesta quinta-feira que a polícia vai adotar todas as medidas "possíveis e impossíveis" para dar uma resposta ao assassinato da vereadora e de seu motorista. Segundo o delegado, o crime é gravíssimo e atenta contra a democracia.
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"Estamos diante de um caso extremamente grave e que atenta contra a dignidade da pessoa humana e contra a democracia", afirmou Barbosa. Ele disse que aceitará ajuda das instituições que estiverem dispostas a colaborar, mas destacou que a Polícia Civil tem condições de solucionar o caso.
De acordo com Barbosa, as informações já levantadas estão sob sigilo e nenhuma hipótese de investigação está descartada, inclusive a de se tratar de um caso de execução. / Com informações da Agência Brasil