Cirque du Soleil retorna ao Brasil com o espetáculo ‘Bazzar’

Espetáculo quebra hiato causado pela pandemia, com artistas (inclusive nacionais) afastados há mais de dois anos

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Por Matheus Mans
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O Cirque du Soleil está de volta. Depois de um hiato de quase três anos, causado pela pandemia do novo coronavírus, a trupe multinacional volta a se apresentar em solo brasileiro com Bazzar. O grupo cumprirá temporada de 8 de setembro a 27 de novembro de 2022 em São Paulo, no Parque Villa-Lobos, e de 8 a 31 de dezembro no Rio de Janeiro, no estacionamento do Riocentro.

Na manhã desta terça-feira, 16, o grupo fez uma pequena apresentação para a imprensa, com a presença do Estadão. A história de Bazzar, a 43.ª produção original do Cirque du Soleil desde o surgimento da trupe, em 1984, se passa em um grande bazar e reúne acrobatas, dançarinos e músicos guiados por um maestro. O “z” extra no título sugere um looping temporal, em que final e começo do show se misturam e se confundem. 

Dentre outros números, Bazzar conta com apresentações de trapézio Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Ao longo de três pequenos números, envolvendo cordas, trapézio e patins, fica perceptível como o novo espetáculo do grupo busca mostrar a força física da trupe, com números que devem causar ovações por parte do público. Afinal, mais do que malabarismos no aar, os artistas do Cirque du Soleil brincam com o entorno, como o cenário, que ainda não estava totalmente montado, e principalmente com a música, executada na hora dos números, e que dá o tom de cada uma das apresentações. “Bazzar é sobre um grupo de artistas, cada um com seu papel em uma orquestra liderada por um maestro”, comenta Johnny Kim, diretor artístico do espetáculo, durante evento realizado para a imprensa.

Preparo físico

Na preparação dos artistas, enquanto isso, estava o desafio de retomar as atividades após tanto tempo sem apresentações. “O Cirque du Soleil recomeçou suas turnês em dezembro de 2021”, explica Frank Hanselman, diretor sênior da turnê. “Alguns integrantes chegaram a ficar 30 meses afastados dos palcos”.

Uma pessoa que sentiu essa distância dos palcos foi Helder Vilela, um dos artistas brasileiros a se apresentar no palco do Bazzar, ao lado do percursionista Fred Selva. Vilela, que faz números no ar com panos, já participou de outras criações da trupe. Mas, agora, o desafio é diferente.

Artistas brasileiros do Cirque du Soleil, Fred Selva e Helder Vilela Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Foi muito difícil esse momento de pandemia, já que ficamos simplesmente parados. Todo mundo desempregado”, diz Vilela, em entrevista ao Estadão. “É mais difícil a gente retomar com a mesma energia de antes. O corpo está mais debilitado, a gente precisa voltar a fazer condicionamento físico. Mas, como o circo nos chamou há algum tempo, fomos nos preparando. Agora nós estamos com a pilha toda para as apresentações com ensaios gerais todos os dias, desde palco até maquiagem”.

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Organização

Mas não é só do lado dos artistas que as coisas estão diferentes. A organização do Cirque du Soleil também precisou se adequar ao novo momento do grupo. Durante a pandemia de covid-19, afinal, o grupo interrompeu todas as suas apresentações ao redor do mundo e, ainda em 2020, precisou pedir recuperação judicial. “Foi como desligar da tomada, de uma hora para a outra”, contextualiza Alan Adler, diretor executivo da IMM, produtora do espetáculo no Brasil, durante coletiva de imprensa sobre o novo espetáculo. “O Cirque du Soleil conseguiu superar esse momento com resiliência, com a força da marca. Por isso, a gente precisa celebrar”.

Em entrevista feita em novembro de 2021, quando abriram as vendas de ingressos, Stephanie Mayorkis, diretora da IMM, comentou que esse espetáculo deveria ter rodado a América do Sul ainda em 2020. Com isso, é um atraso de dois anos na realização da apresentação. Na coletiva, a executiva se mostrou aliviada e feliz por ter vencido os desafios.

Apresentações com cordas também estão no menu do espetáculo 'Bazzar' Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“O reencontro dos artistas, depois de dois anos e meio, foi aqui no Brasil. Então, logicamente, havia uma ansiedade de todos em saber quando tudo isso iria acontecer novamente. A gente não sabia como os artistas estariam física e emocionalmente. Foi um processo muito interessante para nós nesse processo de retomada. Esse show tem um sabor muito especial para nós após esse trabalho árduo ao longo de todos esses anos”, diz Stephanie Mayorkis para o Estadão

Ingressos

Os preços variam entre R$ 280 e R$ 620 no pacote promocional. No regular, vão de R$ 310 a R$ 690.

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