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Em sua estreia na Céline, Slimane apaga vestígios da era Phoebe Philo

Primeira coleção do estilista para a grife investe em um guarda-roupa clássico e atemporal

Por Sergio Amaral
Atualização:
A abertura do desfile da Céline, com uma modelo saindo de uma caixa de esplehos Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

Assim como no Instagram da marca, de onde tirou todos os posts antigos, Hedi Slimane fez se debut na Céline sem olhar para trás, evitando referências ao estilo que a estilista Phoebe Philo vinha imprimindo. Perde espaço a mulher adulta, naturalmente chique e suave da grife, abrindo alas para uma nova geração de meninos e meninas magérrimos, mais hard e rocker na atitude, envoltos numa atmosfera mais noturna e bem menos solar do que sua antecessora.

É Hedi Slimane em sua essência, mudando tudo (o logo inclusive) e repetindo um imaginário que deu certo antes, mas que a certa altura causou enfado na Dior Homme e também na Saint Laurent. O desfile da noite desta sexta, 28, em Paris foi um balde de água fria para quem esperava novidade - impressão acentuada pela abertura solene com dois percussionistas da Guarda Republicana Francesa em cena.

Um dos looks da coleção de estreia de Hedi Slimane na Céline Foto: Michel Eule/AP Photo

Numa coleção onde reinam preto e branco, há vestidos curtinhos, muito deles bufantes, com shapes arredondados e aplicações de cristais, bolerinhos de alfaiataria com ombros amplos e geométricos, minissaias e tops de babados. Os pontos de luz e cor são pontuados por vestidos justinhos metalizados em verde, vermelho, dourado e prata.

Um dos pontos de luz da apresentação, em que reinaram os looks em preto e branco Foto: Michel Euler/AP Photo

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Teve a estreia do masculino também, com muitas jaquetas de couro (não vão faltar opções na Céline, para elas e para eles), costumes slim (com calças suavemente amplas no quadril) usados com camisas clássicas e gravatas fininhas, trenchs e bombers… É um guarda-roupa de vocação atemporal, clássico, mas que pode funcionar comercialmente falando. É o começo da gestão Slimane à frente da casa francesa.

Surgida no fim da Segunda Guerra Mundial focando em calçados infantis sob medida, a Céline se reinventou como uma marca feminina de pegada esportiva nos anos 60 antes de se tornar a grife cool e chique de uma mulher contemporânea nas mãos de Phoebe Philo, a partir de 2008.

Os próximos passos de Slimane prometem ser o lançamento de uma linha de alta costura e de uma fragrância. E, disse ele, investir em várias coleções intermediárias entre uma temporada e outra. A conferir.

Um dos looks masculinos da apresentação, que rompeu com o estilo da antecessora de Slimane Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters
Uma das várias jaquetas de couro do verão 2019 da Céline Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS
O estilista Hedi Slimane, no final do desfile da Céline Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters
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