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Todos vestem preto em ato de protesto no Globo de Ouro 2018

Atrizes se manifestam contra assédio sexual dando um tom muito engajado e nada frívolo ao tapete vermelho

Por Maria Rita Alonso
Atualização:
Angelina Jolie optou por um modelo fechado, porém com transparências interessantes nos ombros. O destaque do vestido da Atelier Versace fica para as mangas com plumas Foto: Jordan Strauss/Invision/AP

A ideia da moda como expressão foi elevada à máxima potência no tapete vermelho do Globo de Ouro. Sim, as roupas falam por nós. Ontem, no caso, gritaram, com todos os artistas vestidos de preto em apoio ao movimento Time’s Up, que combate a discriminação não apenas em Hollywood, mas no país inteiro.

A campanha mobiliza mais de 300 atrizes, diretoras e agentes e já angariou 14 milhões de dólares para ajudar vítimas de assédio sexual.

Viola Davis surgiu no tapete vermelho do Globo de Ourocom o seu cabelo natural. O vestido de veludo, com modelagem reta, ganhou como complementoum grande colar de brilhantes Foto: Frederick M. Brown/Getty Images/AFP

Diferentemente do que ocorre sempre, quase não se falou sobre vestido, cabelo e maquiagem. Não havia clima para isso. Se nos últimos anos a campanha #AskHerMore já intimava jornalistas a consultar as atrizes sobre coisas menos frívolas do que roupas, desta vez, ninguém foi capaz de fazer a pergunta “de onde é o seu vestido?” – para a infelicidade das marcas de luxo, que emprestam tudo em troca da publicidade.  Em compensação, a moda foi colocada justamente no centro da festa, cada um dos pretinhos glamourosos querendo falar mais alto do que outro. Detalhes brilhantes, modelagens arrasadoras e tecidos luxuosos marcaram posições. 

Ponto para as mangas de Angelina Jolie, a transparência de Jessica Biel e o smoking de Claire Foy. Fizeram diferença ainda joias pesadas, com brilhantes e esmeraldas, e penteados trabalhados. Nesse quesito, venceu o black power de Viola Davis.  O debate sobre a equiparação do valor dos cachês entre homens e mulheres também foi levantado. Um pequeno broche escrito “50:50” reivindicava oportunidades iguais. Alguns atores demonstraram simpatia usando black-tie com a camisa preta. Atrizes como Meryl Streep levaram ativistas à premiação. “Temos direito a um ambiente de trabalho digno”, disse ela. É tempo de mudança.

A 75ª edição do Globo de Ouro, que celebra os melhores da TV e do cinema norte-americano, será marcada pelo protesto Time's Up. As atrizes cruzam o tapete vermelho neste domingo, 7, usampreto para protestar contra o assédio sexual e a discriminação emHollywood e em todo o país. Meryl Streep foi uma das atrizes que foi levou uma ativista como acompanhante. Ao lado dela está Ai-jenPoo, que luta pelos direitos dos trabalhadores domésticos.“Queremos nos manifestar. Estamos unidas em todos os setores da indústria. Nós temos direito a um ambiente de trabalho mais digno”, disse a atriz Foto: Jordan Strauss/Invision/AP
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