Publicidade

O duelo entre Paris e Los Angeles pelos Jogos Olímpicos de 2024

Membros da comissão de avaliação do COI estão na capital francesa para visitar lugares em que poderão ocorrer os Jogos de 2024

PUBLICIDADE

Por Gilles Lapouge
Atualização:

Desde sábado, em um hotel perto da Torre Eiffel, Paris recebe onze membros da comissão de avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI). Durante três dias, eles farão reuniões com os organizadores da candidatura local, para escolher a cidade que irá sediar os Jogos Olímpicos de 2024: Paris ou Los Angeles.

Nesta segunda-feira, os membros do COI vão visitar os lugares em que poderão ocorrer os Jogos: o departamento de Seine-Saint-Denis, ao norte de Paris, onde fica o Stade de France e onde será construída a vila olímpica. Depois, a comissão vai inspecionar localidades dentro de Paris, encerrando a visita nas instalações de tênis de Roland Garros. O COI dará atenção especial a locais de prestígio, próximos à Torre Eiffel e ao Grand Palais.

Membros do COI, incluindo o brasileiro Bernard Rajzman, caminham pela ponteAlexandre III, em Paris Foto: Franck Fife/AP

PUBLICIDADE

Uma das vantagens da cidade é a chamada “compactação”: “Temos 22 esportes concentrados em um raio de 10 quilômetros em torno da vila olímpica”. A visita parisiense do COI se encerrará na terça-feira. Duzentos jornalistas foram credenciados para ouvir as congratulações do comitê a Paris, mas esses cumprimentos serão uma mera “formalidade”. Alguns dias atrás, Los Angeles, a cidade rival, recebeu os mesmos elogios.

Na realidade, as verdadeiras conclusões do COI só serão conhecidas no início de julho. Mas ainda não se trata da última fase. O resultado definitivo não será divulgado antes de 13 de setembro, na cidade de Lima, Peru.

Até lá, os inimigos da realização dos Jogos Olímpicos em Paris vão soltar a voz. Eles são muitos, loquazes e influentes. Seu principal argumento é a economia. As Olimpíadas modernas ganharam tal dimensão que sua organização é um abismo financeiro. A prova: três cidades ricas (Budapeste, Roma e Boston) retiraram suas candidaturas, intimidadas com os custos. Além disso, os Jogos se afastaram muito de seus antigos ideais, por causa da presença nociva da publicidade e também do problema pungente do doping.

Essa litania de críticas que reaparece a cada Olimpíada é contraposta pelos argumentos igualmente estereotipados dos defensores dos Jogos Olímpicos. Eles repetem que o afluxo de espectadores, dia e noite, produzirá consideráveis receitas com turismo. E, ainda mais importante, os Jogos obrigarão os poderes públicos a modernizar a capital: melhoria da infraestrutura esportiva, desenvolvimento dos transportes na “Grande Paris” e criação de novos bairros ao norte e ao leste da capital.

Por coincidência, os membros do COI chegaram à Paris na véspera da posse do novo presidente da república, o jovem e inesperado Emmanuel Macron. Segundo os rumores que circulam, parece que ele é um entusiasta dos Jogos Olímpicos na França. É CORRESPONDENTE EM PARIS

Publicidade

Tradução de Renato Prelorentzou

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.