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Clima na Suíça é de apreensão, conta brasileira em Zurique

Polícia defende suspeita de fraude no caso de advogada ferida; caso repercute mal entre brasileiros no país

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Após a declaração da polícia suíça de que a advogada brasileira Paula Oliveira não estava grávida no momento em que foi ferida, o clima no país é de apreensão, disse Ana Carolina Rosselline Pires, jornalista brasileira que mora em Zurique. "Ninguém está confortável com nenhuma das hipóteses. Se ela mentiu, é ruim; se falou a verdade e a polícia suíça está manipulando os dados, é péssimo", contou ela ao estadao.com.br. Veja também: Agressor será expulso se provado ataque, diz partido Imprensa suíça levanta dúvidas sobre caso Lapouge: Marca do horror dificilmente se apagará   Para Amorim, há xenofobia 'evidente' em caso de advogada Maior partido do país é famoso por propaganda racista 'Fomos vítimas da xenofobia', diz pai de torturada Suíça admite descaso com a violência de neonazistas Xenofobia aumenta na UE, indicam relatórios  Paula segue internada depois de alegar que foi agredida e sofreu um aborto em um ataque de três neonazistas na noite de segunda-feira. Nesta sexta as autoridades suíças reafirmaram que não há como alegar que os ferimentos foram causados por agressores. Citando relatórios médicos, eles revelaram que há a possibilidade de autoflagelação. Ana Carolina afirma que os suíços parecem estar "aliviados" com as declarações da polícia, uma instituição "bastante respeitada" no país. Ela acredita que o caso repercutiu mal entre a comunidade brasileira. "Estamos todos aguardando que a família dela apresente os exames que comprovem a gravidez", acrescenta. Sobre as passeatas que vinham sendo organizadas por brasileiros no país, a jornalista afirma que elas não devem acontecer como o planejado, no próximo domingo, porque os atos públicos são proibidos neste dia. A brasileira ainda aponta que, devido ao clima de apreensão pelo esclarecimento do episódio, as manifestações seguem indefinidas. As autoridades suíças reiteraram nesta sexta que as investigações continuam e caso a denúncia da advogada se confirme, os responsáveis serão punidos. O caso repercutiu fortemente em Brasília, e na quinta-feira o chanceler Celso Amorim chegou a dizer que via sinais "evidentes" de xenofobia no incidente.

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