Oposição diz que Ahmadinejad está na Bolívia pelo urânio

Deputado lamenta que governo de Evo queira 'arrastar país para palcos bélicos alheios'

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

Líderes opositores bolivianos criticaram nesta terça-feira, 24, a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que chegou a La Paz depois de passar pelo Brasil, e disseram que o governante está na Bolívia com o objetivo de conseguir urânio para seu programa nuclear.

 

Veja também:

link Morales e Ahmadinejad defendem uso de energia nuclear

link Ahmadinejad visita aliados na Bolívia e na Venezuela

Publicidade

link Para 'El País', visita de líder iraniano pode tirar prestígio de Lula

link Israel e EUA 'não têm coragem' de atacar o Irã, diz Ahmadinejad

lista Entenda: Com visita de iraniano, Brasil tenta influenciar no Oriente Médio

forum Frases: A língua bélica de Ahmadinejad

Publicidade

blog Blog do Chacra: As relações do Brasil com o Oriente Médio

 

PUBLICIDADE

O deputado conservador Pablo Klinsky disse que o Irã está "atrás do urânio" e lamentou que o Governo do presidente boliviano, Evo Morales, "queira arrastar a Bolívia para palcos bélicos alheios", como o embate entre os Executivos de Venezuela e Colômbia ou a tensão no Oriente Médio.

 

Klinsky lembrou que o Governo de Israel denunciou há meses a suposta venda de urânio boliviano ao Irã, assim como "os esforços" do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, para evitar que isto aconteça.

 

Segundo o deputado, ElBaradei "chegou a oferecer a Evo Morales um pacote de ajuda com a condição de que não venda urânio ao Irã".

Publicidade

 

Além disso, Klinsky apontou que a empresa canadense Mega Uranium tem 17 jazidas de urânio registradas na Bolívia e que "existiria um projeto avançado de prospecção no norte de Potosí".

 

"É muito preocupante que Evo Morales queira envolver a Bolívia no projeto atômico do Irã, que tem fins bélicos", afirmou o parlamentar.

 

Frente a estas críticas, o Governo Morales insistiu em que a Bolívia não exporta nem produz urânio atualmente, como apontam versões do Governo de Israel que acusam ao país andino e a Venezuela de fornecer este material ao programa nuclear do Irã.

 

No entanto, o Executivo boliviano reconheceu que a região de Potosí tem um projeto para buscar urânio em uma antiga mina que foi parcialmente explorada em meados da década de 70.

Publicidade

 

A Embaixada do Irã na Bolívia afirmou em junho que não cooperará com este país na busca ou exploração de urânio para seu programa nuclear.

 

Ahmadinejad chegou à Bolívia hoje de manhã. Ele deve se reunir com Morales para assinar convênios bilaterais.

 

Esta é a segunda visita do presidente iraniano à Bolívia. Em setembro de 2007, ratificou com Morales uma aliança baseada em sua posição comum contra o "imperialismo" dos EUA e assinou um plano de cooperação pelo qual o Irã se comprometeu a investir US$ 1,1 bilhão em território boliviano.

 

Um ano depois, em setembro de 2008, Morales reafirmou em Teerã, em uma visita oficial, seu compromisso para lutar "contra qualquer forma de imperialismo".

Publicidade

 

Ahmadinejad chega à Bolívia após passar ontem pelo Brasil, onde se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda hoje à tarde, ele deve seguir para a Venezuela.