Testamos o fone sem fio Soundcore Anker Life Q30: qualidade e funcionalidades por menos de R$300,00

Quando comprei esse fone, procurava por algo durável que pudesse me acompanhar por vários anos. Nesse sentido, o Anker Life Q30 atendeu muito bem às minhas expectativas.

Com uma alça de metal, detalhes em plástico e almofadas de couro sintético, este é um fone que pode até mesmo complementar o seu visual. As almofadas têm um formato oval para se encaixarem perfeitamente na orelha. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi a estrutura que protege os alto-falantes, completamente redonda, proporcionando um visual uniforme ao produto.

O modelo é vendido nas cores preto, azul e rosa. Imagem: Jônatas Fuentes/Estadão.

Em relação ao conforto, ele envolve as orelhas de forma a bloquear quase todo o som externo, o que contribui para a eficácia do cancelamento de ruído. O isolamento passivo já é bastante eficiente.

As almofadas podem ficar um pouco quentes após exercícios físicos. Testei usá-lo depois de uma sessão de treino e ele aqueceu consideravelmente. Recomendamos evitar usá-lo enquanto estiver suado, para que o acolchoamento não absorva a umidade. Isso pode prolongar sua durabilidade e evitar descascamentos.

De antemão, nenhum microfone de um fone sem fio se compara a um cabeado. Isso se deve à limitação de conexão que o protocolo Bluetooth impõe sobre os dados que ele consegue enviar. Em outros casos, a qualidade é tão baixa que é necessário repetir o que está sendo dito para que a pessoa do outro lado da linha possa te entender.

Porém, isso não ocorre no Anker Q30. Curiosamente, não precisei repetir o que disse ou falar mais alto em momento algum. Em ligações realizadas via WhatsApp, que já saem com compressão devido ao pacote de dados limitado, o fone desempenhou consideravelmente bem.

Na rua, com sons externos que não sejam vozes (vento, carros e afins), senti que o áudio recebe um tratamento que elimina quaisquer ruídos que possam interferir no que está sendo falado.

Quando outras pessoas estão falando perto de você, como o ruído em questão são vozes ao seu redor, o fone eventualmente apresenta dificuldade para diferenciar qual é a sua voz e quais outras ele deve eliminar.

No geral, o microfone capta bem quando é só você que está falando.

Como um mero usuário que aprecia, no mínimo, um som livre de detalhes incômodos, como ruído de granulação e uma equalização exagerada, consegui definir a sonoridade em duas palavras: espacialidade e fidelidade.

Pode ser que um consumidor mais exigente não fique satisfeito com o aparelho logo de início. Como a maioria dos compradores que pesquisaram a fundo, notei que o Anker Q30 exige uma equalização antes de utilizá-lo. Basicamente, isso significa que a sonoridade de fábrica é mais básica (plana) do que o normal, ao contrário dos fones com curva em V, que enfatizam graves e agudos, como encontrado no Edifier W820NB, já avaliado pelo Estadão Recomenda.

No começo, pessoalmente, achei a sonoridade quente e um pouco densa, mas não excessivamente fechada. Os graves são bem completos e cheios, contribuindo para essa sensação “quente”, enquanto os agudos também se destacam com bastante clareza e independência, sem interferir nos graves, o que reforça a sensação de espacialidade mencionada anteriormente.

O melhor deste fone está escondido nas configurações do seu aplicativo Soundcore. Com ele, é possível equalizar os alto-falantes, ou seja, personalizar o som de acordo com suas preferências. Esse recurso é indicado não só por críticos e audiófilos, mas também por pessoas que avaliaram o dispositivo, especialmente para corrigir essa sonoridade mais abafada.

Por fidelidade, digo que o antes e o depois da equalização é como se tirasse um tampão dos ouvidos. Apesar de não possuir certificação com o selo Hi-Res — concedido oficialmente a poucos modelos, mas presente no Edifier W820NB —, a sensação é de aumentar a definição do som reproduzido, permitindo ouvir tudo com muito mais detalhes — alguns deles nunca notados por mim em outros fones —, seja em podcasts, vídeos, mas especialmente em músicas.

Em “Lose Yourself to Dance” – Daft Punk, como mencionado na parte da espacialidade, você sente como se estivesse dentro da sala onde foi gravada a bateria que aparece nos primeiros minutos, com definição até na ressonância do instrumento. O mesmo efeito de espacialidade se faz presente em “Virgo’s Groove” – Beyoncé, no brilho da bateria e na força do groove do baixo, ambos muito mais notáveis no Q30. Para comparação, a sensação é a mesma de ouvir no som do carro: arejada, mas sem perder detalhes nem força.

Em resumo, este fone proporciona uma imersão que nunca experimentei com outro modelo. Mesmo tendo elogiado o review do Edifier W820NB em minha análise anterior, agora vejo que o Anker Q30 representa um avanço muito mais significativo.