Os videogames avançam enquanto versões clássicas ficam. Assim, como fazer com que esses jogos acompanhem a qualidade técnica dos consoles?

Buscando isso, cada vez mais os estúdios trabalham na remasterização deles, tanto para atrair o público de videogames mais antigos quanto para apresentar um universo nostálgico a uma nova era de gamers.

Esse trabalho de remasterização revisita o passado e dá outra cara aos jogos, com gráficos melhorados, jogabilidade intuitiva e novas ferramentas. Confira alguns exemplos que ganharam o público e merecem espaço em seu console.

The Last of Us

Imagem do produto The Last of Us Remasterizado Hits

The Last of Us Remasterizado Hits

Um dos games mais premiados de todos os tempos, com mais de 200 troféus na bagagem, The Last of Us conta a história de Joel e Ellie, que precisam cumprir uma missão extremamente perigosa em um mundo pós-apocalíptico, sobrevivendo contra zumbis fortes e danosos.

E agora o jogo, inicialmente idealizado para PlayStation 3, ganha nova roupagem na versão para PlayStation 4: The Last of Us Remasterizado Hits. Nas Americanas está por R$ 51. Na Amazon custa R$ 94.

Logo de cara, a história de Joel e Ellie chama a atenção pelos gráficos: tudo é muito mais definido, bonito e com desenhos de ponta. Com cores vibrantes, o game passa a ter 60 frames por segundo. Isso torna as movimentações das personagens bem mais realistas, os cenários mais claros e a jogabilidade mais fluida. Nada de trancos e travamentos, algo que poderia ser realmente grave em um jogo de sobrevivência, com tiros e coisas do tipo.

Com isso, é interessante notar como a beleza narrativa do game fica ainda mais evidente. Enquanto o jogo de PS3 acaba apresentando mais dificuldade em situar o gamer no universo ao redor de Joel e Ellie, essa versão remasterizada promove uma imersão mais interessante. É quase impossível não sentir certo arrepio quando os zumbis se aproximam ou, então, não compartilhar a tensão das personagens ao entrar em zonas de risco do mapa.

Falando de mapas, essa é uma das novidades propostas na versão remasterizada: nessa edição, a produtora Naughty Dog amplia as possibilidades, com mapas especiais em territórios abandonados e reconquistados. Com isso, The Last of Us passa a ter uma expansão pouco vista em jogos remasterizados, virando praticamente um game aberto. É muito mapa para conhecer, o que torna a diversão atrativa até para os antigos gamers.

Apesar de todas essas melhorias, The Last of Us Remasterizado Hits continua sendo um jogo de história – a história de Joel e Ellie, com os mesmos desafios, personagens e atividades. Ou seja: se você já jogou The Last of Us em outros momentos, encontrará poucas novidades de fato por aqui. Os mapas surpreendem e acrescentam bons espaços, porém não o bastante para justificar a compra pelo gamer mais casual.

God of War

Imagem do produto God of War III Remasterizado Hits

God of War III Remasterizado Hits

Originalmente desenvolvido para PS3, God of War III é um mergulho na mitologia grega.

O clássico personagem Kratos começa o jogo no centro do massacre e da destruição, em sua busca de vingança contra deuses que o traíram. Single player, o game permite ao jogador assumir o papel desse destemido ex-guerreiro espartano, em sua ascensão das profundezas obscuras de Hades para escalar as altitudes do Monte Olimpo. Para jogar, é preciso desembolsar R$ 98 na Amazon e R$ 79 nas Americanas.

Com compatibilidade de 1080p em 60 frames por segundo, God of War III Remasterizado Hits, assim como The Last of Us Remasterizado Hits, do mesmo estúdio, passa a ter muito mais definição, cores vibrantes e cenários que tornam a imersão mais certeira. Além disso, por causa dos 60 fps, a movimentação de Kratos é muito mais rápida, natural e intuitiva. Difícil não notar.

Contudo, enquanto o cenário escuro de The Last of Us Remasterizado Hits ajuda a mascarar alguns efeitos da remasterização, isso não ocorre com God of War III Remasterizado Hits. Aqui, fica evidente que não é um jogo feito sob medida para PS4. Além do mais, a história não ganha nenhum atrativo real o game permite que Kratos fique munido de duas espadas com correntes e um conjunto de novas armas.

Talvez mais elementos de história fossem interessantes em um jogo que, no passado, foi justamente criticado pela trama banal. E vale o aviso: o jogo começa exatamente onde God of War II parou. Ou seja: mesmo sendo uma versão remasterizada, não há trabalho algum para fazer com que o jogo funcione sozinho. Assim, se você não jogou os outros games da série, incluindo Chains of Olympus e Ghost of Sparta, o game é pouco recomendável.

Resident Evil

Imagem do produto Resident Evil 2

Resident Evil 2

Um vírus maligno toma conta de Raccoon City em setembro de 1998, afundando a cidade no caos enquanto zumbis comedores de carne humana vagam pelas ruas em busca de sobreviventes.

Essa é a história de Resident Evil 2, um dos jogos mais elogiados da história, que passou por uma remasterização nada simples para PS4, computador e Xbox One. Afinal, o game foi feito originalmente para PS1, no início da era dos grandes consoles.

Hoje, com tanta complexidade na remasterização, é um dos mais salgados para o bolso: sai por R$ 119 nas Americanas, R$ 135 na Amazon e R$ 142 no Magazine Luiza.

Essencialmente, o jogo continua marcante e bastante nostálgico. No entanto, ao contrário de God of War III Remasterizado Hits e The Last of Us Remasterizado Hits, houve algumas atualizações na forma de conduzir o jogo. Os puzzles são os mesmos, assim como as personagens e os monstros que aparecem do nada, em momentos realmente assustadores. Mas a produtora inseriu pequenos elementos que surpreendem aos poucos.

Isso, no final, faz com que o game tenha uma cara diferente e, acima de tudo, se torne atrativo para vários públicos: desde os fãs das antigas até os novos gamers. Com isso, vale dizer que o tempo de jogo é bem maior, quase dobrado: concluir o game leva cerca de 10 horas, ou seja, mais dedicação e mais tempo em frente à tela. Entretanto, vale a pena: o jogo oferece recompensas boas e é realmente divertido.

A grande surpresa, porém, fica com o visual. Apesar de o game ter sido feito nos anos 1990, a Capcom conseguiu inserir novos gráficos de ponta na história. É quase um jogo novo em termos visuais. Há mais textura, sombras e definição. Isso causa duas coisas: maior realismo nas cenas e, sobretudo, sustos dignos de dar pulos na cadeira. Não chega perto do medo que dá em Resident Evil 7, mas é possível sentir um frio na espinha.

Por fim, há ainda a questão da jogabilidade. Começa pela visão em terceira pessoa, que foi implementada pela primeira vez em Resident Evil 4. Ou seja: o jogo muda completamente a forma de encarar a história e torna os ambientes muito mais imersivos. Pode ser que os saudosistas fiquem incomodados e prefiram as versões anteriores, em primeira pessoa. Mas é aquilo: não dá para ter tudo. E o melhor, aqui, é abraçar o novo.

The Elder Scrolls

Imagem do produto The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition

The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition

The Elder Scrolls V: Skyrim é um jogo que move ódio e paixão.

Em The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition, felizmente, muitos desses bugs foram arrumados. Houve mais cuidado no desenvolvimento e o jogo funciona sem grandes entraves. Nem parece ser o mesmo game que possuía gráficos que lembravam as experiências com PS2 e tempos de carregamento de telas que exageravam era realmente desconcertante ser possível jogar uma partida de outro jogo enquanto ele carregava.

No visual, porém, The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition faz apenas o arroz com feijão, mesmo com as mudanças de cenário, com vegetação mais definida e iluminação que ajuda a dar naturalidade. Não há problemas graves, mas o game tampouco tem cara moderna. Fica bem claro que é uma remasterização, ao contrário de Resident Evil 2, por exemplo, que parece outro game.

Assim, The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition é uma boa oportunidade para que novos jogadores conheçam esse game que se tornou rapidamente um clássico, enquanto os que já conheciam podem se decepcionar com a falta de grandes inovações.

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