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Vexame alemão é o maior tropeço em Copas desde 1958 no ranking do Estado

Texto e dados: Rodrigo Menegat / Infografia: Bruno Ponceano

28 de junho de 2018 | 21h30

 
  

Gráficos mostram a posição de cada um dos países antes e depois de suas partidas na 3ª rodada. Ganhou pontos quem venceu ou arrancou um empate de um adversário mais bem colocado no ranking

Há 60 anos, nenhum time havia despencado tanto na história das Copas. De acordo com o ranking de seleções do Estado, desenvolvido a partir de um método estatístico chamado Elo, a derrota da Alemanha para a Coreia do Sul foi o maior tropeço de um favorito desde a Copa de 1958, na Suécia.

A zebra superou jogos célebres como a derrota da Inglaterra para os Estados Unidos em 1950, a eliminação da Itália nas mãos da Coreia do Norte em 1966 e a vitória de Senegal sobre a França em 2002. Ficou atrás apenas de uma goleada sofrida pela Argentina em 1958. Os sul-americanos, que vinham de uma Copa América fulminante, perderam de 6 a 1 para uma emergente Tchecoslováquia.

A queda alemã se explica pela maneira como o ranking elaborado pelo jornal funciona: ele é atualizado jogo a jogo e mede o domínio que um time teve sobre o futebol nos últimos anos.

Quando um time considerado forte é derrotado por um fraco, ele perde muitos pontos. O 7 a 1 sofrido pelo Brasil foi menos impactante porque, apesar da grande diferença de gols, estava previsto um jogo equilibrado – ambos os times eram considerados fortes.

Entre a Copa do Mundo de 2006 e a de 2018, a Alemanha chegou até as semifinais de todos os torneios mundiais e continentais que disputou. O vexame na Rússia interrompe uma das dinastias mais longas do esporte, e a pontuação do time despenca como reflexo disso.

Para entender melhor como o modelo estatístico funciona, leia sobre a metodologia no final da matéria ↓

Além da tragédia germânica, a rodada final da fase de grupos teve outros destaques: Rússia e México se classificaram em baixa, a Bélgica assumiu a ponta do ranking e o Irã terminou o torneio de forma bastante honrosa.






 

  

Quem desceu?

Passar de fase nem sempre significa subir no ranking. Espanha e Portugal avançaram até as oitavas, mas com resultados ruins. Assim, se afastaram dos líderes. Rússia e México também seguem vivos, mas foram goleados e desabaram.


 

  

Quem subiu?

Ser eliminado nem sempre significa cair no ranking, também. O melhor exemplo é o Irã: apesar de estar fora da Copa, jogou bem e arrancou resultados improváveis contra times mais fortes. Acaba sua participação no mundial na frente de times que se classificaram para a fase final.


 

Como foi feito?

análise do Estadão adaptou um método desenvolvido pelo físico húngaro Arpad Elo. De acordo com a pontuação dos times no momento do jogo, uma fórmula matemática é usada para determinar a probabilidade de cada equipe vencer a partida.

Quando um time vence um jogo em que o triunfo era improvável, ele ganha mais pontos. Se vence um jogo onde era franco favorito, ganha menos. O derrotado sempre perde a mesma quantidade de pontos que o vencedor ganhou. Em caso de empate, o time favorito perde pontos e o azarão ganha.

A principal diferença entre o modelo desenvolvido pelo jornal e o método tradicional é que foram atribuídos multiplicadores de acordo com a importância dos jogos. Assim, um jogo de Copa vale seis vezes mais que um amistoso, por exemplo. Além disso, ele leva em conta a quantidade de gols: golear dá mais pontos que ganhar por um a zero.

A pontuação de cada time muda a cada jogo disputado. Ao final de cada ano, os times perdem 10% de seus pontos. Assim, a análise enfatiza o desempenho do time em anos recentes.

Para a análise, foram considerados jogos disputados por seleções principais em torneios organizados pela FIFA ou por confederações continentais, além de amistosos.

Também foram computadas partidas disputadas nos Jogos Olímpicos de 1908 a 1928, que tinham reputação de campeonato mundial antes da criação da Copa do Mundo. Depois, quando as Olimpíadas passaram a reunir jogadores amadores ou de categorias de base, o torneio foi desconsiderado.

Expediente

Diretor de Arte: Fabio SalesEditor de Esportes: Robson MorelliEditora de infografia: Regina ElisabethEditor assistente de infografia: Vinicius Sueiro

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