Bombeiro suspeito de integrar milícia de Orlando Curicica se entrega no Rio

Polícia fez operação contra grupo criminoso neste fim de semana; Curicica foi apontado como um dos envolvidos na morte de Marielle Franco

PUBLICIDADE

Por Agência Brasil
Atualização:

Um bombeiro suspeito de integrar uma das principais milícias do Rio, se apresentou na noite desse sábado, 1º, à Corregedoria do Corpo de Bombeiros. Ele é um dos alvos da Operação Entourage, da Polícia Civil e do Ministério Público, que já havia cumprido na sexta, 31, 17 mandados de prisão de suspeitos de integrar o grupo criminoso.

PUBLICIDADE

Entre os presos estão quatro policiais militares. Um deles, o Ferreirinha, é acusado de atrapalhar as investigações do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Nove pessoas que já estavam detidas em presídios tiveram seus mandados de prisão cumpridos pelos agentes.

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha é comandada por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, e atua nas regiões de Curicica, Terreirão, Boiúna, Santa Maria, Lote 1000, Jordão e Teixeiras, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Curicica foi apontado por Ferreirinha como um dos envolvidos na execução da Marielle. A polícia agora investiga se ele mentiu ao dar esse depoimento.  Os inquéritos policiais mostram que o grupo opera na exploração ilegal de serviços básicos na região, como transporte, lazer, alimentação e segurança, cobrando taxas de proteção aos comerciantes da localidade, pedágios aos trabalhadores de transporte alternativos (vans e mototáxis), além de dominar associações de moradores das regiões.

O grupo, segundo a polícia, é conhecido por agir com “extrema violência”, impondo a “lei do silêncio” nas comunidades que domina e executando testemunhas.

Orlando Curicica foi preso em 27 de outubro de 2017, no condomínio em Vargem Pequena, zona oeste do Rio, durante operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Ele está em presídio federal em Mossoró (RN). 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.