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Delegada pedirá revogação da prisão de dois suspeitos de estupro no Rio

Cristiana aponta que não foram descobertas provas contra Marcelo da Cruz Miranda Correa e Michel Brasil da Silva, que estavam foragidos

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - A delegada Cristiana Onorato Bento, que investiga o caso de estupro da adolescente de 16 anos no Rio, disse nesta segunda-feira, 13, que pedirá a revogação da prisão temporária de dois acusados de participar do crime. De acordo com a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), não foram descobertas provas contra Marcelo da Cruz Miranda Correa, de 18 anos, e Michel Brasil da Silva, de 20, em relação ao estupro.

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Os dois suspeitos, que estão foragidos, são acusados de divulgar em redes sociais vídeos em que a vítima aparece desacordada e nua. “Isso (a revogação das prisões, no caso de a Justiça concordar com a delegada) não vai impedir que eles continuem sendo investigados e sejam condenados na esfera penal por espalhar esses vídeos. Mas este crime não justifica uma prisão temporária”, disse ela.

A delegada afirmou que já tem provas suficientes para indiciar pelo crime de estupro os acusados Raí de Souza, de 22 anos; Raphael Belo, de 41, e os traficantes Perninha e Moisés de Lucena, o Canário. Raí foi reconhecido pela bermuda que vestia em uma filmagem, feita em seu celular. Raphael fez a foto selfie com a adolescente nua e tocou em suas partes íntimas nas filmagens. Canário foi reconhecido pela vítima.

Perninha, cujo nome não foi revelado pela delegada, teria sido o responsável pelas gravações. Policiais disseram já ter pistas de seu paradeiro.

A jovem. A delegada quer ouvir a vítima amanhã, por videoconferência, para tirar dúvidas em relação aos depoimentos anteriores. Ela quer saber se há mais homens envolvidos no estupro. No primeiro depoimento, a adolescente chegou a falar que 33 traficantes armados a haviam agredido.

A realização do novo depoimento ainda depende de autorização do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, do governo federal. A vítima, os pais, a avó, o irmão e o filho foram retirados do Estado do Rio, por causa de ameaças que a família vinha sofrendo.

Nesta terça-feira, 14, deverá ser concluída a perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (Icce), da Polícia Civil, no segundo vídeo em que a vítima aparece. A delegada poderá saber se são identificadas mais vozes nas gravações. Até agora, o inquérito relatou a fala de quatro homens nos vídeos.

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