Pelo menos mais 44 policiais militares, inclusive de outros batalhões, serão investigados e podem estar envolvidos no esquema de corrupção que resultou, até esta terça-feira, 18, na prisão de 56 PMs do batalhão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, afirmou o delegado André Drummond (59.ª DP), responsável pela investigação. "Há indícios e informações sobre o possível envolvimento de policiais de outros batalhões. Pode passar de 100", declarou. Ele citou o 34.º Batalhão da PM, em Magé, também na Baixada. Disse, porém, que a nova investigação só deverá começar após a eventual decretação da prisão preventiva e denúncia dos acusados já detidos. "Eles (os policiais) agiam recebendo arrego, cobravam para que o tráfico funcionasse. Se confundia policiais com traficantes. Se não viesse dinheiro, eles (policiais) prendiam (traficantes) e exigiam dinheiro para soltar", disse. A investigação começou em fevereiro, a partir da apreensão de um caderno de anotações de um traficante, no qual havia um número de telefone e um nome, não revelados. "Só existe tráfico por causa do usuário, porque a população não toma vergonha na cara e não pára de fumar e de cheirar, e porque em determinados locais temos maus policiais, que dão cobertura ou se omitem", disse Drummond. O delegado afirmou que o esquema funcionava desde antes da posse do atual comandante do 15.º Batalhão da PM, tenente-coronel José da Silva Macedo Júnior, que assumiu em janeiro. Segundo ele, durante a gestão de Macedo "todos os índices de criminalidade na região foram reduzidos, exceto roubo a transeuntes". Sobre o eventual envolvimento de oficiais, o delegado disse ainda não haver indícios. Ontem, mais quatro policiais se apresentaram e foram detidos. Dois continuavam foragidos até o fim da tarde: um estaria em lua-de-mel, e outro, de férias. O terceiro foragido, um agente penitenciário, seria ex-PM.