Expoflora 2022: sustentabilidade, texturas e 'faça você mesmo' continuam em alta

Suculentas, cactos e outras espécies resistentes ganham destaque na feira de flores de Holambra

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Foto do author Ana Lourenço
'Jardim Árido', de Carla Dadazio foi pensado para os amantes de planta que não dispõem de muito tempo para o cuidados com as espécies Foto: Werther Santana/Estadão

“Muito mais do que ir para um parque, a gente quer trazer a sensação do parque para a nossa casa”, declara a arquiteta Karina Taccola. Ela também é a responsável pela mostra de Paisagismo e Decoração da ExpoFlora 2022, evento que começa nesta sexta, 02, e fica até o dia 25 de setembro em Holambra, interior de São Paulo. A mostra conta com 18 ambientes e serve como grande vitrine para os produtores e visitantes que podem se inspirar nos lançamentos e tendências florais. 

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Já foi comprovado cientificamente os benefícios das plantas para a saúde humana - tanto física quanto mental. As espécies podem melhorar a qualidade do ar ao aumentar a umidade e absorver as toxinas, e ajudam a reduzir os níveis de barulho do ambiente. Esse contato próximo com as plantas proporciona desde aumento da produtividade e concentração até redução dos níveis de estresse, mas nem sempre é fácil lidar com elas. 

“Uma das maiores preocupações dos clientes é ter um jardim fácil de cuidar”, conta a paisagista Carla Dadazio. Ou seja, apesar do desejo por plantas ter aumentado com a pandemia, poucos são os que dispõem de tempo para dar a devida atenção às espécies. Por isso mesmo, houve um crescimento pela procura de cactos e suculentas - exatamente a proposta do ambiente “Jardim árido”, criado pela profissional.

“Foi pensando nisso que eu fiz um ambiente usando plantas resistentes, fáceis de cuidar, fáceis de comprar, permitindo que a pessoa consiga trazer o verde para dentro de casa sem demandar muito tempo para grandes cuidados”. Além das espécies já conhecidas, Carla traz o lançamento do ano em seu espaço: Anigozanthos, conhecido como pata-de-canguru.

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Espécie 'Anigozanthos', conhecida comopata-de-canguru Foto: Werther Santana/Estadão

“Essa é uma planta originária da Austrália que foi trazida para o Brasil há três anos. Nesse tempo, adaptaram a planta ao clima do Brasil e então fizemos o lançamento”, explica ela. O breeder Ramm Botanicals foi o responsável por seu desenvolvimento. As flores possuem uma penugem e uma divisão irregular, com seis pequenas garras, de onde surgiu o apelido. Em alguns países, é cultivada como flor de corte, mas no Brasil é apresentada como flor envasada, como opção para decoração de ambientes internos ou externos. Afinal suporta altas temperaturas e resiste ao frio. 

Inicialmente, estão sendo cultivadas seis variedades, que florescem da primavera até o início do inverno: Pearl (pink), Surprise (laranja), Inferno (vermelha), Tenacity (amarela com haste vermelha) e Zest (amarelo-ouro). “Ela vai superbem com suculentas e cactos. Além de dar um toque colorido e delicado ao jardim”, conta Carla.

MAQUIAGEM PARA PLANTAS 

Outra novidade são as plantas “Make-Upz”, que passaram por um processo de tingimento à base de água e de composição orgânica, em sua maior parte, biodegradáveis. A ideia surgiu na Holanda há dez anos e, desde então, tem sido constante o desenvolvimento de novos produtos. Por serem todas plantas naturais, elas continuam crescendo normalmente e necessitam dos mesmos cuidados das não-maquiadas, sem ter sua durabilidade prejudicada.

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Espaço de Allan Oliveira traz o natural como essência Foto: Werther Santana/Estadão

“Essa é uma tendência europeia que chegou no Brasil para trazer opções de cores para o jardim do cliente”, explica Beto Natalicchio, engenheiro civil que assina o ambiente “Renovação”, ao lado de Cris Antonelli e Ricardo Natalicchio. De acordo com ele, a preferência por plantas em vez de flores é uma tendência no mercado. “Na pandemia, as flores morreram muito, pela falta de eventos e de procura, e por isso mesmo, os produtores migraram para uma linha mais perene”, diz.

Nessa linha, as plantas desidratadas também ganharam destaque, algo que o designer de interiores Allan Oliveira decidiu investir em em seu ambiente “Terra”. “O tingimento de plantas desidratadas é ótimo para quem quer ter a presença de plantas em casa de uma maneira diferente e sem precisar cuidar. Você consegue fazer desde um arranjo até um detalhe na cabeceira de cama”, diz.

O grande destaque do ambiente é a presença do natural, junto com a sustentabilidade. Cipós foram usados como centro de mesa, vidros de remédio cor âmbar serviram como vaso e bambus suspensos funcionam como divisória entre os espaços. “Eu trago muito as formas orgânicas com pedras, espelhos, bambu e folhas e valorizo o ‘Faça Você Mesmo’”, diz ele, citando por exemplo a luminária do espaço, feita com balde, palha e lâmpada de filamento.

“Se não tiver espaço, dá pra pendurar uma samambaia no ar; se não tiver tempo, invista em uma suculenta. Porque um minuto que você puder parar para cuidar dela, vai ser como parar o tempo, e isso ajuda muito ao longo do dia”, incentiva. A saúde mental é o grande mote dos espaços, que trazem, em sua maioria, muito da filosofia oriental, com a valorização da natureza, pedregulhos ebonsais. 

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Serviço

39ª Expoflora

Data: De 2 a25 de setembro, de sex. a dom., das 9h às 19h. No feriado da Independência do Brasil, o evento também estará aberto nos dias 7 e 8. 

Local: Parque da Expoflora – entrada pelo estacionamento em frente ao Moinho dos Povos

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Ingressos: R$ 80 (inteira) no site www.expoflora.com.br ou na bilheteria