O futuro é agora

Especialistas mostram que a automação residencial está cada vez mais acessível

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Por Jennifer Gonzales
Atualização:

Criar bem-estar doméstico com a ajuda da tecnologia, deixando a seu encargo trabalhos rotineiros para ganhar tempo de lazer. Essa é a proposta da casa do futuro, que já está com um pé fincado nos dias atuais. A automação ainda está restrita a poucas residências, mas a tendência é que os recursos inteligentes se aproximem cada vez mais do nosso dia-a-dia. "A ordem é facilitar a vida de cada um e ocultar as complexidades da tecnologia", afirma Oscar Peña, diretor de criação da Philips Design. "Até pouco tempo, as residências tinham um único ponto de conexão, fosse para o computador, internet ou TV. Agora, qualquer ambiente pode ser o centro da casa, graças à tecnologia wireless." O apartamento de Houssein Jarouche, proprietário da loja Micasa, retrata bem esse conceito. Ao adquirir o imóvel de 330 m² num edifício dos anos 50, no Jardim América, o empresário aproveitou a reforma do local para atender seus desejos de consumo tecnológico. "Gosto de eletrônica; se pudesse, teria um robô fazendo tudo em casa", revela. "Agora, posso assistir a um programa no computador e depois passar para o home theater. Ou, na hora de sair, apertar um botão e ter luzes e equipamentos desligados em segundos." No corredor que vai do elevador ao living desse apê, por exemplo, o sistema de balizamento de luzes no rodapé é acionado quando alguém entra, criando efeito visual. Luz e sentidos A iluminação tem papel importante no lar inteligente. Se luminosidade e cores influenciam o estado de espírito, produtos de última geração oferecem novas experiências sensoriais. Como uma espécie de aura eletrônica, a TV Ambilight da Philips (R$ 8.999 na Fast Shop) reproduz os tons predominantes da tela em volta do aparelho. "Esse dispositivo traz uma experiência de maior imersão na imagem,", diz Peña. Gostaria de acordar sob o efeito da natureza? A Disac, especializada em automação residencial e distribuidora da americana Control 4, comercializa um sistema que inclui programar a iluminação do quarto para que aumente de intensidade gradualmente, simulando o nascer do sol. Luminárias como a Mamma Mia, da Wall Lamps, vem com lâmpadas vermelhas, verdes e azuis; combinadas, produzem novas cores e transformam os tons do ambiente - e ainda podem ser automatizadas (a partir de R$ 4,4 mil). "Esses sistemas criam cenários especiais no dia-a-dia", diz Monica Ferro, proprietária da Wall Lamps. Sistemas luminotécnicos inteligentes são apenas um dos gadgets à disposição. Hoje, o mercado comercializa paredes que se movem com o toque de um botão; música que toca em toda a casa graças ao iPod na parede (na Taag, a partir de R$ 2,3 mil só o ponto); banheira computadorizada que enche na temperatura e no horário programados via celular (I-House, R$ 18 mil em média); e aspirador com entradas instaladas no rodapé que sugam a sujeira do piso (Aertecnica e Control 4, preço sob consulta). "A casa pode ser comandada de qualquer lugar com um controlador de funções", reforça a arquiteta Consuelo Jorge, adepta dos recursos tecnológicos em seus projetos. E, para tornar a casa definitivamente autônoma, mais novidades estão a caminho. Eletrodomésticos irão se autogerenciar, como o forno que vai programar o tempo e a temperatura para assar uma torta. "Já existe tecnologia para tanto, agora depende da demanda do consumidor", informa Mario Fioretti, gerente de design da Brastemp. Na casa do futuro da Microsoft, que fica em Redmond, Washington, as cortinas são abertas - e as luzes, acendidas - por comando de voz. A residência também avisa, por telefone, o que falta na despensa enquanto o dono faz compras no supermercado. Montar um lar com recursos high-tech, ao estilo de Bill Gates, ainda é, claro, privilégio de poucos. "Automatizar uma residência pode custar até R$ 100 mil", estima Jarouche, que, a propósito, ainda não concluiu a instalação dos itens tecnológicos em seu apartamento. Entretanto, há projetos básicos que são mais acessíveis. "Por R$ 6 mil pode-se automatizar seis circuitos de luz e o home theater. A partir daí inventa-se o que quiser", diz Eduardo Almeida, gerente da Disac, recordando um cliente que mandou colocar centenas de pontos de luz ao redor da piscina. "Ele instalou uma rede automatizada de fibra ótica, o que permite a mudança de cores e cria um cenário bonito à noite." Apesar dos novos recursos, quem tem uma casa automatizada não vive em espaços impessoais. "A casa inteligente não tem aparência robótica. Todos também precisam de beleza e conforto", diz o decorador Lionel Sasson.

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