Mais de 500 tibetanos foram detidos hoje em Katmandu durante a realização de uma oração coletiva, embora a Polícia tenha alegado que os retidos "fizeram outras coisas, como, por exemplo, se manifestar". "No total, 513 pessoas foram detidas", disse à Agência Efe o superintendente de polícia nepalês, Sarbendra Khanal. As detenções foram feitas na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Enquanto ativistas tibetanos asseguraram que os agentes os espancaram com paus de bambu usados pelas forças de segurança no Sul da Ásia, Khanal destacou que os tibetanos "foram convidados" a se retirar do local. Na congregação, dois mil pessoas usavam camisetas nas quais se lia "Longa vida ao dalai-lama", assim como slogans que pediam que a religião budista do Tibete fosse protegida. Ao início do encontro de fiéis, a polícia rasgou uma fotografia do dalai-lama e uma lista de pedidos dos ativistas, já que "isto é considerado antichinês", ressaltou Khanal. Embora a Polícia tenha detido centenas de tibetanos desde março, quando começaram os protestos contra a realização dos Jogos Olímpicos em Pequim, esta é a primeira vez que as detenções não ocorrem em uma manifestação perante a embaixada chinesa ou os escritórios da ONU, mas em uma concentração religiosa. Khanal acrescentou que é possível que os detidos não sejam libertados ao longo do dia, apesar de as forças de segurança do Nepal terem liberado, durante estes meses, aos manifestantes horas após sua detenção. O Nepal, que quer privilegiar as relações com a China, reprime todas as manifestações tibetanas no país.