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Leclerc causa interrupção de treino livre no GP de Miami de Fórmula 1

Com Ferrari estilizada para etapa americana, piloto monegasco roda e não consegue completar atividade

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Por Pedro Henrique Marum/GRANDE PRÊMIO
Atualização:

O fim de semana do GP de Miami terá duas classificações, duas corridas e somente um único treino livre. A atividade de preparação foi realizada no começo da tarde desta sexta-feira (3), na região de South Beach, na Flórida, uma das três dos Estados Unidos que recebem a Fórmula 1 no calendário de 2024. E com um calor potente, pilotos e equipes tiveram de se adaptar. Quem melhor se adaptou foi Max Verstappen, que anotou o melhor tempo nos minutos finais e liderou com a Red Bull.

A realidade é que, como costuma acontecer em fins de semana de sprint, os pneus macios valem ouro. E, assim, os poucos que resolveram utilizar os macios, fizeram somente por uma volta rápida, nos dez minutos finais. Foi neste cenário que Verstappen se deu melhor que os demais, porque até ali — e a volta foi anotada com menos de dois minutos restantes no relógio —, o tricampeão brigava muito com o carro e já saíra da pista em duas oportunidades, além de relatar falta de aderência com os macios minutos antes. Apesar da liderança, não estava tão satisfeito assim.

Charles Leclerc perdeu o treino livre após seu carro rodar no circuito de Miami. Foto: Clive Mason/AFP

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Antes disso, o líder por boa parte da atividade foi Carlos Sainz. Com uma volta de pneus duros, Sainz ponteou por longo período até que os macios aparecessem, mostrando a força da Ferrari com um dos pneus que será usado durante a corrida. Entretanto, apesar de também partir para a tentativa com pneu macio, terminou na segunda colocação.

Foi uma participação que contrastou com a do companheiro de Ferrari, Charles Leclerc. Logo nos primeiros minutos da atividade, Leclerc rodou após passar por cima da zebra da curva 16 e não conseguiu manobrar o carro, por conta de um superaquecimento da embreagem. Com isso, causou bandeira vermelha e precisou voltar aos boxes a pé. E não retornou à pista.

Após cinco corridas do ano, a Fórmula 1 chegava para a primeira de três provas nos Estados Unidos em 2024: Miami. E na cidade tão conhecida pelas praias e festas, o clima era de feriado para o começo do primeiro treino livre. A temperatura ambiente se aproximava dos 30°C, mas o asfalto… O chão por onde passavam os carros estava pelando e chegava a 50°C. Sempre um desafio para os pneus. Um presente do horário local: 12h30 (13h30 de Brasília, GMT-3).

Os carros entravam na pista após duas semanas bastante movimentadas desde que a categoria passara pela China. Nos últimos dias, a confirmação de que Adrian Newey está mesmo de saída da Red Bull após quase 20 anos. A Ferrari rapidamente se mexeu para tentar contratá-lo, mas não foi a única: a Williams se mexeu na mesma direção.

Mas não foi só isso. No que diz respeito ao mercado de pilotos, um diz-que-me-diz sobre possível reunião entre Mercedes e Max Verstappen, enquanto Carlos Sainz decidiu rejeitar a Audi e esperar o desfecho da saga Verstappen por uma vaga em Mercedes ou Red Bull. Ainda há a Williams: segundo o veterano jornalista Joe Saward, cansada da falta de progresso de Logan Sargeant e pensando em trocar pilotos após este fim de semana. Andrea Kimi Antonelli é o nome favorito, neste cenário.

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De qualquer forma, era hora de deixar as conversas à margem e partir para a pista. Com a bandeira verde, Kevin Magnussen era o primeiro a tomar o traçado. Mas logo outros pilotos seguiram: Esteban Ocon, Lando Norris e Oscar Piastri.

Norris foi o primeiro a relatar um problema. Segundo ele, a direção do carro estava dura demais e estava “muito fácil virar para a esquerda e muito difícil virar para a direita”. Enquanto isso passava, Lewis Hamilton marcava o primeiro tempo um pouco mais competitivo do dia, ao cravar 1min31s127. Para ser seguido pelo 1min31s071 de Verstappen.

Em seguida, entretanto, com menos de sete minutos de atividade, Charles Leclerc apareceu com o carro apontado para o lado errado da pista na curva 16. A bandeira amarela já estava acionada e Hamilton aparecia por ali enquanto o carro vermelho e azul, da pintura especial da Ferrari, manobrava. Hamilton chegou a parar por um momento.

Aconteceu enquanto Leclerc passou por cima da zebra da curva 16 e rodou sozinho. Deu muita sorte de evitar batidas, mas estava claramente com problemas para manobrar o carro. À transmissão da emissora inglesa Sky Sports, a Ferrari informou que a embreagem superaqueceu e impediu que Charles manobrasse o carro normalmente. Por isso, bandeira vermelha e piloto fora do carro.

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Foram, ao todo, cerca de dez minutos de interrupção no único treino livre do fim de semana. Imediatamente, Sergio Pérez entrou de pneus médios e virou 1min29s632 para liderar. Norris, por outro lado, continuava falando da direção travada da McLaren. A bandeira vermelha não tinha sido o bastante para resolver.

A Pirelli levou gama intermediária de pneus para o GP de Miami, com os C2 como duros, C3 no papel de médios e C4, macios. E eram os duros que apareciam mais na pista ao longo da metade inicial da atividade. Pouca gente testara os médios, ao passo que os macios estavam guardado. Afinal, sendo uma etapa de corrida sprint e duas classificações, os macios valiam ouro.

Até Verstappen passava um pouco dos limites e travava os pneus no contorno da curva 17 para ir à área de escape. Sem drama, contudo. Enquanto isso, Sainz, mesmo de pneus duros, virava 1min29s346 e recuperava a ponta.

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Na marca de 30 minutos de atividade, Sainz vinha na frente de Pérez, Hamilton, George Russell, Guanyu Zhou, Ocon, Piastri, Fernando Alonso, Yuki Tsunoda e Pierre Gasly no top-10.Destes, somente Pérez, Hamilton, Russell e Zhou haviam feito a melhor volta de médios. Verstappen também fez a melhor volta dele até aquele momento de médios, mas estava somente em 16º. Isso, porque a volta que valeu foi a de preparação do carro, já que errou na seguinte.

Mais uma vez, Verstappen tinha um quase problema grave, na mesma curva 17, ao passar direto de novo. Por sorte dele, novamente sem bater.

Depois de alguns minutos nos boxes para tentar resolver a dureza da barra de direção, Norris retornava a pista e, de pneus duros, logo crava o quinto tempo, cerca de 0s1 mais veloz que o companheiro de equipe Piastri. Os dois estavam, respectivamente, na quinta e sexta colocação.

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