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Democrata diz que Senado dos EUA vai finalmente aprovar um orçamento neste ano

Por THOMAS FERRARO
Atualização:

Um parlamentar do alto escalão dos Estados Unidos disse neste domingo que ele e outros companheiros democratas do Senado, pela primeira vez em mais de três anos, tinham a intenção de atender as demandas republicanas para finalmente aprovarem um orçamento norte-americano. O senador Charles Schumer, o terceiro democrata mais importante da Casa, disse, no entanto, que o plano de gastos vai incluir novas receitas, apesar das advertências republicanas de que não aceitarão mais nenhum aumento de impostos. "Nós vamos fazer um orçamento este ano e terá receita nele, e os republicanos vão ter que se acostumar com isso", disse Schumer ao programa "Meet the Press", da emissora NBC. Os democratas, colegas de partido do presidente Barack Obama, controlam o Senado, mas não aprovaram um orçamento desde 2010 em meio a desacordos dentro do partido sobre possíveis reduções de gastos, principalmente em programas sociais como o Medicare e a previdência. Isso atraiu a ira dos republicanos, que os acusam de negligência de dever, o que teria minado os esforços para reduzir gastos e a dívida dos EUA. Washington deve cumprir os limites de poder de empréstimo de 16,4 trilhões de dólares até o início de março, e elevar o teto da dívida vai permitir que o governo federal continue seu trabalho ininterruptamente. Líderes republicanos no Congresso, em uma importante concessão na sexta-feira, disseram que estavam dispostos a elevar o teto da dívida por três meses e, ao mesmo tempo, abandonar suas exigências de que qualquer aumento no poder de empréstimo do governo fosse igualado em cortes de gastos. Os republicanos disseram, no entanto, que iriam exigir que o Senado finalmente aprovasse um orçamento que poderia incluir reduções de gastos, assim como mudanças no código tributário. O senador republicano Ted Cruz, aparecendo na NBC com Schumer, descreveu o plano republicano de "um passo na direção certa" e acusou o Senado democrata de não fazer seu trabalho. Schumer chamou a oferta republicana na Casa de "uma grande vitória" para Obama, que prometeu recusar negociar sobre o limite da dívida. O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que está pronto para se concentrar nos cortes de gastos em qualquer negociação orçamentária, mas considera aumentos de impostos uma questão encerrada. A Casa Branca disse que aceitaria o plano de três meses desde que não fosse condicionado a cortes de gastos. Depois do prazo para um aumento no teto da dívida, o Congresso enfrenta um prazo final em 1º de março para evitar cortes de gastos automáticos, e uma expiração em 27 de março de financiamento para agências e programas do governo. Uma extensão de limite da dívida de três meses iria acrescentar um prazo adicional em abril ou maio. O acordo recente e separado entre Congresso e Casa Branca para evitar o "abismo fiscal" dos aumentos automáticos de impostos sobre a maioria dos norte-americanos e ampliar os cortes de gastos impôs efetivamente um aumento de impostos sobre os norte-americanos mais ricos. Renovou a maioria dos cortes de impostos decretados pelo presidente republicano George W. Bush para a maioria dos norte-americanos, mas permitiu que expirassem estes cortes de impostos sobre famílias com renda superior a 450 mil dólares.

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