Cerca de 37.000 mulheres grávidas se encontram entre a população haitiana afetada pelo devastador terremoto de 12 de janeiro, e suas vidas correm perigo por causa da falta de comida, água potável e atenção médica, advertiu neste domingo, 17, a ONG Care.
Além das grávidas, a situação também é crítica para um número indeterminado de mães recentes que estão amamentando seus bebês, assim como para os próprios recém-nascidos, em um país onde a metade da população é menor de 18 anos.
Veja também:
EUA contemplam reconstrução como projeto a longo prazo
A avó matriaca que emergiu dos escombros
Mulher grávida sobrevive depois de 60 horas sob escombros
Os hospitais que não estão destruídos estão próximos de sua saturação e incapazes de atender os
milhares de feridos que se aglomeram em suas portas. A Care adverte que as mulheres grávidas que não podem receber assistência médica correm um grave risco de complicações, e de morrer no parto.Já antes do desastre, o Haiti tinha a taxa mais alta de morte materna na região, com 670 mortes para cada 100 mil nascimentos.
"Há muitas mulheres dando à luz nas ruas,diretamente nas ruas. A situação é muito crítica. As mulheres tratam de chegar ao hospital mais próximo, mas a maioria está cheio, e é muito difícil que possam receber os cuidados que requerem", disse a diretora da Care no Haiti, Sophie Perez. "As mães e seus filhos podem morrer por causa de complicações por falta de atenção médica", acrescentou.
Em situações normais, especialistas apontam que aproximadamente 15% das mulheres grávidas tiveram alguma complicação que exigiu uma intervenção médica, o que se agrava em casos de desastres.
A maioria das mortes maternas se devem a hemorragias, infecções, abortos, trabalho de parto difícil e problemas de hipertensão.
Para ajudar estas mulheres, a Care considera prioritárias a distribuição de comprimidos de purificação de água, de alimentos, e de kits de higiene com artigos como sabão, pasta de dentes, compressas para as mulheres e fraldas para os bebês.