O ex-presidente cubano Fidel Castro desqualificou a mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, no conflito político em Honduras e disse que os Estados Unidos atribuíram essa responsabilidade para "ganhar tempo" a favor do governo de facto. Em um artigo publicado nesta quarta-feira na imprensa oficial, Fidel, de 82 anos e distante da vida pública desde que ficou doente há quase três anos, disse que Arias é "um político neoliberal, talentoso e possui facilidade com as palavras, extremamente calculista e aliado fiel dos Estados Unidos". "Após duas semanas de crescente luta popular, os Estados Unidos fizeram manobras para ganhar tempo. O Departamento de Estado atribuiu a Oscar Arias ... a tarefa de auxiliar o golpe militar em Honduras, assediado pela vigorosa, mas pacífica pressão popular", afirmou. O ex-líder cubano disse na semana passada que as negociações eram uma tática postergatória para desgastar os que se opõe à deposição do presidente Manuel Zelaya, ocorrida no dia 28 de junho. Zelaya disse na terça-feira que planeja seu retorno ao país a partir de quinta-feira, apesar das ameaças de detenção do governo interino, liderado por Roberto Micheletti, e pediu aos Estados Unidos intensificar as sanções contra quem tomou o poder. No entanto, o presidente deposto não deu detalhes sobre sua volta, planejada para depois do vencimento do prazo de 72 hora estipulado no domingo por Arias. (Reportagem de Nelson Acosta)