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Fidel vê porta aberta para golpes na América Latina, diz Chávez

Atualização:

As reuniões na Costa Rica entre o presidente deposto de Honduras e o governo interino instalado nesse país abrem a porta para golpes de Estado na América Latina, disse nesta sexta-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez, citando o líder cubano Fidel Castro. Chávez, que apoia o mandatário deposto Manuel Zelaya, opõe-se ao mecanismo de negociação que permite aos Estados Unidos resolverem a crise política no país centro-americano, chamando-o de "aborto de Washington" e classificando como indigno que um governo legítimo se reúna com quem o destruiu. "Fidel (Castro), por exemplo, disse algo que é muito certo. 'Essa reunião na Costa Rica está abrindo a porta para uma onda de golpes de Estado que caminham para a América Latina'", citou o presidente numa coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros. O militar reformado, que diz conduzir uma "revolução socialista", afirmou que as oligarquias atacam a Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba, na sigla em espanhol), pelo lado mais fraco (Honduras) e logo lutará contra os governos da Guatemala, Nicarágua, Bolívia e até Venezuela. "Agora é Chávez, o fantasma de Chávez que tem andado por todas as partes", disse, referindo ao fato de ser ele próprio considerado uma ameaça ideológica como antes era o comunismo. Vários países da região têm denunciado a ingerência de Caracas ao ressaltar candidatos de esquerda nas eleições presidenciais, incluindo suposto financiamento de campanhas. O mandatário também assegurou que tem provas de que pode haver um golpe de Estado na Guatemala dentro de um mês. Chávez e seus aliados no continente têm como meta a volta de Zelaya ao poder, porque afirmam não reconhecerem nenhum governo fora do mandato oficial, até que se realizem eleições em novembro, conforme estava marcado. Nesta sexta-feira, o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, reuniu-se a sós com Zelaya e o presidente interino, Roberto Micheletti, tentando mediar o conflito e deixando uma comissão de negociação instalada. Segundo Chávez, qualquer golpista da América Latina poderia tentar legitimar-se solicitando diálogo com Arias. (Por Patricia Rondón Espín)

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