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Mais de um milhão de estrangeiros cruzaram o mar Mediterrâneo em 2015

Em 2014, um total de 214 mil estrangeiros atravessaram fronteira

Por Jamil Chade - Correspondente em Genebra
Atualização:

GENEBRA – O número de refugiados cruzando o mar Mediterrâneo quadriplicou em apenas um ano e, ao final de 2015, mais de 1 milhão de pessoas atravessaram o local em direção a países europeus. Os dados foram publicados nesta quarta-feira pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados. 

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Na semana passada, a entidade já havia alertado que o número total de imigrantes e refugiados chegando até a Europa havia superado a marca de 1 milhão de pessoas, incluindo todos aqueles que cruzaram fronteiras terrestres, chegaram em aviões ou em barcos. Agora, o número se refere apenas aos refugiados que desembarcam depois de uma das travessias mais perigosas do mundo. 

Em 2014, um total de 214 mil estrangeiros cruzaram o mar, o que já havia sido um recorde. Desta vez, o fluxo de refugiados entre a Turquia e a Grécia superou todas as previsões e foi equivalente a todo o movimento dos últimos cinco anos. 

A ilha de Lesbos, na Grécia, foi a principal porta de entrada, com 80% dos desembarques Foto: REUTERS

A ilha de Lesbos, na Grécia, foi a principal porta de entrada, com 80% dos desembarques. No total, 884 mil pessoas chegaram até os portos gregos, vindos da Turquia. Outros 150 mil cruzaram o mar na região entre a Líbia e a Itália, colaborando para a maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. 

49% dos refugiados são sírios, contra 21% de afegãos. Mas o ano também registrou um recorde de mortes. Foram 3,7 mil e, para a ONU, o temor é de que esse número ainda aumente de forma importante nos primeiros meses de 2016. Durante o inverno europeu, a travessia é considerada ainda mais perigosa e qualquer naufrágio pode representar dezenas de mortes diante das águas geladas.

Na semana passada, a UE chegou a um acordo para reforçar a agência de Fronteiras do bloco, a Frontex, e enviar novos soldados para a Grécia. Mas o bloco tem sido duramente criticado por ongs que acusam os governos de estarem aprofundando a crise ao fechar suas fronteiras. 

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