MOSCOU - A Rússia congelará seu contrato de envio de mísseis S-300 ao Irã, anunciou nesta quinta-feira, 10, uma fonte do serviço federal de cooperação militar à agência de notícias Interfax, segundo a AFP. O anúncio ocorre apenas um dia depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar uma nova rodada de sanções contra a República Islâmica por conta de seu controvertido programa nuclear.
A notícia, que cita uma fonte não identificada na indústria armamentista russa, contradiz autoridades russas que afirmaram que as sanções aprovadas na quarta-feira com o apoio de Moscou não afetará o acordo de mísseis de defesa aérea.
"A decisão do Conselho de Segurança da ONU deve ser aplicada por todos os países e a Rússia não será uma exceção. É por isso que o contrato de entrega de mísseis terra-ar S-300 ao Irã será congelado", indicou a fonte.
Moscou e Teerã se colocaram de acordo para a entrega dos mísseis, o que fez com que os russos fossem duramente criticados por outras potências mundiais. O envio já deveria ter sido feito, mas problemas técnicos impediram a entrega e as armas nunca chegaram ao território iraniano.
Israel, os EUA e a Europa denunciaram o contrato, já que o sofisticado sistema de mísseis permitiria a Teerã defender-se de quaisquer ataques que ameaçassem suas instalações nucleares.
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Diplomatas ocidentais acreditam que Moscou use o contrato como moeda de troca com os iranianos. Estes, por sua vez, mostraram-se decepcionados com a quebra de contrato, já que a Rússia afirmou diversas vezes que as sanções não implicariam no assunto dos mísseis.
A última dessas afirmações ocorreu na quinta-feira passada, quando Konstantin Kosachyov, um parlamentar russo do Comitê de Assuntos Internos da Câmara Baixa, havia disse que o sistema de mísseis S-300 é defensivo e por isso não é afetado pelas sanções.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, porém, disse as sanções não obrigam Moscou a descartar seu controverso acordo do mísseis. O proncunciamento foi feito pelo porta-voz do ministério, Andrei Nesterenko, após o anúncio da Interfax.
(Com informações da agência Reuters)