Novo premiê promete proteger Líbano de perigos do conflito na Síria

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Por DOMINIC EVANS E LAILA BASSAM

O político libanês Tammam Salam foi nomeado primeiro-ministro neste sábado, depois de ter obtido amplo apoio parlamentar e se comprometer a costurar as profundas divisões do país e protegê-lo dos perigos da guerra civil na vizinha Síria. Salam foi designado para o cargo após a renúncia do primeiro-ministro Najib Mikati, cujos dois anos de mandato foram dominados pelos esforços para conter as tensões sectárias no país, a violência e as consequências econômicas do conflito sírio. Sua tarefa imediata, se for capaz de formar um gabinete aceito por todas as forças políticas rivais no Líbano, será promover a eleição parlamentar que deve ser realizada em junho, mas cujos preparativos estão atrasados. O conflito na Síria tem exacerbado as tensões no Líbano, que travou uma desastrosa guerra civil de 1975 a 1990. Políticos rivais sunitas, xiitas e cristãos não conseguiram ainda chegar a um acordo sobre o sistema eleitoral. Em seus primeiros comentários após a nomeação, Salam disse que iria procurar "unir as opiniões e chegar a um acordo rápido sobre uma lei parlamentar eleitoral para conseguir uma representação justa para todos os cidadãos e seitas". Ele também se comprometeu a se concentrar em "acabar com as divisões políticas do Líbano e seu impacto sobre a segurança, e evitar os perigos da tragédia no vizinho (a Síria)". Nascido em 1945 em uma família com histórico na política libanesa, Salam tem posições próximas à Arábia Saudita e ao Ocidente, mas foi escolhido como candidato de consenso aceitável para o bloco 8 de março, que inclui o grupo xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã, e seus aliados, na maioria xiitas e cristãos.

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